Já fez LIKE no TVI Notícias?

Kadhafi:colonizadores devem pagar

Relacionados

Líder líbio exige indemnização aos países que estiveram em África, como é o caso português. «Hoje os fracos também conseguem vingar-se», alertou. Sobre a ONU, disse que o Conselho de Segurança é uma «ditadura» Veja a tenda de Kadhafi por dentro

O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, exigiu esta sexta-feira que os «colonizadores» paguem uma indemnização aos «colonizados» pelos actos de desigualdade que são praticados no mundo, alertando que «hoje os fracos também conseguem vingar-se».

Num seminário na Universidade de Lisboa, dedicado aos «Problemas da sociedade contemporânea», Muammar Kadhafi falou da «falência política do mundo» e criticou a existência de colonizadores e colonizados, uma relação que tem causado «perturbação» e que pode levar a actos de terrorismo.

PUB

O líder histórico da Líbia, que está em Portugal para participar na II Cimeira UE-África, revelou a sua visão do mundo perante cerca de 200 pessoas, alertando para o perigo do uso de armamento nuclear e questionando o papel das Organização das Nações Unidas.

«Hoje todos os povos têm medo. Após a segunda guerra mundial e a criação da ONU pensávamos que iríamos viver em paz, mas as esperanças que depositámos na ONU estão a desaparecer», disse Kadhafi, acusando o Conselho de Segurança daquela organização de ser uma «ditadura».

A ONU «é o Parlamento do mundo e todas as nações deviam estar representadas, mas nem todas têm poder», disse Kadhafi, para quem o poder de decisão devia ser transferido do Conselho de Segurança para a Assembleia-Geral das Nações Unidas.

«Meia dúzia de pessoas decidem o futuro do mundo e depois uns reagem com palavras, outros com explosivos e outro com kamikases», avisou o líder líbio.

«Julgamento dos terroristas não é a solução»

PUB

Sobre o terrorismo, o coronel recordou os atentados de 11 de Setembro, «um acontecimento que aterrorizou o mundo» e perante o qual «não se pode reagir de forma precipitada».

«A resposta militar e o julgamento dos terroristas não é a solução para o problema. Devemos rever a nossa posição e considerar a força da lei e não a lei da força», defendeu Kadhafi, até porque «hoje não há fortes e fracos e estes também conseguem vingar-se».

Durante a sua intervenção, de cerca de 50 minutos, o líbio defendeu a proibição do uso de armamento nuclear se este for uma ameaça para a vida humana, e que ainda não começou a terceira guerra mundial, porque «há um receio em relação ao nuclear e isso é perturbador».

«Paz sem armamento»

«Queremos paz sem armamento. Não queremos dormir à sombra das armas nucleares, queremos a paz verdadeira à sombra da oliveira» (símbolo da paz), disse Muammar Kadhafi.

O seminário em que Kadhafi discursou foi organizado pelo Centro de História da Universidade de Lisboa em colaboração com a reitoria da UL e o Instituto Luso-Árabe para a Cooperação.

PUB

Relacionados

Últimas