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Luís Amado «precisa de reforma», diz Carrilho

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Embaixador na UNESCO diz que a fragilidade do ministro dos Negócios Estrangeiros «ficou à vista após as revelações do Wikileaks» sobre os voos da CIA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, «já não tem autoridade para fazer uma reforma» na diplomacia portuguesa. A acusação é proferida pelo embaixador junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Manuel Maria Carrilho. Em entrevista à Agência Lusa, em Paris, Carrilho considerou também que «não há qualquer estratégia para a língua portuguesa, quer a nível interno, quer a nível externo».

Para o ex-ministro da Cultura, a fragilidade do chefe da diplomacia portuguesa «ficou à vista após as revelações do Wikileaks sobre os voos de prisioneiros para Guantánamo e das posições que Luís Amado leu em momentos críticos da vida portuguesa».

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Manuel Maria Carrilho considera que «Luís Amado, com a manifesta, repetida, reincidente (declaração) do seu serviço de que se quer ir embora, reduziu-se a ser hoje um cadáver adiado, que já não tem autoridade nem capacidade para fazer qualquer reforma».

«O MNE precisa de reforma. É uma urgência porque o mundo mudou todo», afirmou Carrilho. O embaixador na UNESCO em Paris defende a extinção de postos diplomáticos «onde eles são irrelevantes e não têm hoje qualquer sentido estratégico» e a criação de outros «onde são precisos».

Manuel Maria Carrilho colocou «ironicamente» o lugar de embaixador à disposição quando propôs na imprensa a reforma diplomática. Isto para frisar a ideia de que em Paris, como em Washington ou em Bruxelas, «um só embaixador poderia acumular as funções de representação em várias organizações, desde que apoiado por uma boa equipa permanente».

Essa medida, defende, «pouparia muito dinheiro ao Estado, porque a representação na UNESCO custa cerca de meio milhão de euros por ano. Outro tanto ou equivalente para a delegação junto da OCDE», a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, também com sede em Paris.

Manuel Maria Carrilho, cujo processo de substituição na UNESCO foi objecto de polémica na imprensa com Luís Amado, sai definitivamente de Paris «no início de Janeiro» e regressa ao seu lugar de professor na Universidade Nova de Lisboa.

«Não saio amargo, saio tranquilo. Tenho aqui e ali pena que o meu Governo - meu não apenas enquanto português, como enquanto membro do Partido Socialista - não tenha feito mais», afirmou em jeito de balanço.

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