O ex-ministro do PS, Mário Lino, veio dizer que o Parlamento se prepara para «meter a cabeça na areia», não dando condições ao Governo para apresentar qualquer proposta em Bruxelas de combate ao défice.
«Claro que podem sempre surgir iniciativas de última hora, mas neste momento o que me parece é que o Parlamento se prepara para meter a cabeça na areia, com esperança de que talvez a tempestade passe», afirmou.
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Mário Lino vê a posição da oposição parlamentar como inviabilizadora de um novo plano de austeridade, seja o do Governo ou outro. E, assim, «a tempestade» vai atingir Portugal de forma «muito forte» e nenhum partido apresentou propostas alternativas passíveis de acolhimento na Assembleia da República.
«Esta é uma situação muito má para o nosso país, de todos os pontos de vista; da imagem e credibilidade, mas também económico e financeiro», defendeu, sustentando que provavelmente Portugal vai ser obrigado a recorrer ao Fundo Monetário Internacional . Segundo Mário Lino, em resultado de uma intervenção do FMI vêm aí medidas «extremamente gravosas», que «não têm em conta a realidade concreta do país» e estão «fora do controlo» nacional.
Responsabiliza os partidos da oposição pelo que vier a suceder. «Vamos voltar para trás, tudo aquilo que foi o esforço feito até agora vai perder-se, vamos ter de enfrentar situações muito dramáticas e quem assumiu este caminho deve dizer como é que agora se sai dele», disse à Lusa.
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