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Camarate: Freitas rejeita responsabilidades no inquérito

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Ex-líder do CDS revela que Cunha Rodrigues o acusou de não ter reagido «à inércia da polícia» na investigação

O ex-procurador geral da República Cunha Rodrigues escreveu em 1995 uma carta a Freitas do Amaral acusando-o de não ter reagido «à inércia da polícia» na investigação do caso Camarate, revela o professor de Direito nas suas memórias políticas.

No segundo volume das memórias políticas, «A Transição para a Democracia», que será posto à venda na segunda-feira e a que a Lusa teve acesso, o ex-líder do CDS revela que Cunha Rodrigues o acusou, em carta particular datada de Novembro de 1995, de não ter exercido os poderes de tutela e fiscalização de que dispunha como primeiro-ministro interino para esclarecer as mortes de Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

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«Começa por ser curioso ¿ e muito significativo», escreve Freitas, «que o então procurador-geral se preocupasse tanto com o que chamava «a inércia da Polícia» (referia-se, sem o dizer, à Polícia Judiciária), quando toda a correspondência trocada entre mim e ele, em 1995, visava tanto a Polícia Judiciária como a inércia e a má condução do processo por parte do Ministério Público».

Freitas, que descreve Cunha Rodrigues como o «grande acusador», nega que tivesse os poderes que o ex-Procurador lhe atribuía, e lembra que não teve conhecimento nem é da sua responabilidade o desparecimento de um telegrama enviado de Londres pela Scotland Yard em que o Governo português era alertado para a possibilidade de ter havido um atentado em Camarate.

«De tudo isso só vim a saber quando, em 1995 (quase 15 anos após o acidente de Camarate), pude consultar o processo, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde fui ouvido (pela primeira e única vez) em 6 e 11 de Julho de 1995. Como podia eu «reagir contra a inércia da Polícia», como vice-primeiro-ministro, se só dela tive conhecimento 12 anos após ter deixado o Governo?», questiona Freitas.

O ex-líder do CDS detalha no livro o seu relacionamento muito próximo com Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa (a quem tentou convencer a suceder-lhe na liderança do CDS) e confirma uma história já conhecida: a de que Manuela Eanes, mulher do então presidente da República, «boicotou» a presença de Snu Abecassis, companheira do primeiro-ministro, em diversos actos oficiais por estar em desacordo com a situação conjugal do casal.

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