O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desvalorizou as críticas do primeiro-ministro à moção de censura do PCP e mostrou-se confiante de que o povo português saberá encontrar soluções no quadro democrático.
«Creio que o senhor primeiro-ministro considera aquele princípio de que é ele ou o fim do mundo, como se o poder não continuasse a residir no povo», disse.
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Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas à entrada para uma sessão pública comemorativa dos 35 anos das nacionalizações, que juntou centenas de militantes e apoiantes do PCP no salão nobre da Câmara Municipal de Setúbal.
«Em democracia é assim e sempre, sempre, o povo português, no quadro democrático, tem capacidade para encontrar soluções», assegurou o líder comunista.
«Mas eu creio que, face a uma interpretação de uma moção de censura cuja parte mais significativa é a sua dimensão política, tendo em conta esta política desastrosa, uma moção de censura que vai demonstrar a razão porque a estamos a apresentar, é no mínimo uma posição de alguém muito convencido, pensando que ou ele ou o dilúvio. Estávamos habituados a isso noutro tempo, agora não», disse.
Confrontado com a possibilidade da moção de censura ser chumbada com os votos contra do PSD, Jerónimo de Sousa não se mostrou surpreendido e salientou que o objectivo do PCP é justamente responsabilizar o PS e PSD pela forma como têm governado o país.
«Independentemente do desfecho institucional que possa acontecer, eu sublinho muito a importância que tem a dimensão política da nossa moção de censura, que, obviamente, associa não só o Governo (PS) mas também o PSD, tendo em conta que essa política conduziu o país a um estado lamentável e que é preciso uma ruptura e uma mudança», concluiu.
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