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Reforma judiciária tem interesses privados «por detrás»

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Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, diz que há quem queira lucrar com o mau funcionamento da justiça em Portugal

O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou, nesta segunda-feira, que a reforma judiciária tem interesses privados «por detrás», tal como aconteceu na saúde, que querem lucrar com o mau funcionamento da justiça em Portugal.

«A justiça é uma conquista civilizacional que tem milénios e que agora se quer destruir para criar negócios privados lucrativos», acusou Marinho Pinto, citado pela Lusa.

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Neste momento, considerou, é legítimo suspeitar que existem interesses privados «por detrás» da reforma judiciária porque estão a querer criar-se centros de mediação e instituições privadas, muitas delas de legalidade duvidosa, para «beneficiar» com a proposta do novo mapa judiciário.

Esta nova proposta do Ministério da Justiça é, segundo o bastonário, um «absurdo» e uma política de «terra queimada» que estão a utilizar noutros setores.

«A justiça não é uma mercadoria que possa ser colocada no mercado segundo a lei da oferta e da procura», defendeu.

Marinho Pinto entende ser necessário poupar na justiça, mas considera que não é encerrando «cegamente» tribunais que se obtém benefícios.

Anualmente, salientou, «esbanjam-se dezenas de milhões de euros» em arrendamentos de tribunais no Porto e Lisboa, pelo que se a poupança começasse nos grandes centros urbanos era «mais fácil» pôr a justiça a funcionar melhor.

Para o bastonário, o modelo anterior do mapa judiciário, apesar de ter muitos defeitos, era melhor do que o atual considerando que criava uma nova realidade tendo por base as especificidades da justiça.

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Cada concelho do país deveria, segundo o representante da Ordem dos Advogados, ter um juiz de competência genérica.

As regiões do interior, argumentou, estão a ser «altamente prejudicadas» e desprezadas pelo poder central.

Encerrar tribunais no interior é, segundo o bastonário, um convite à «justiça pelas próprias mãos».

«A justiça tem de estar em todo o território nacional, não pode só estar nos grandes centros urbanos», ressalvou.

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