Jorge Silva Carvalho, ex-diretor do Sistema de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e quadro da Ongoing, terá enviado a Miguel Relvas um plano para a reforma dos serviços secretos.
Segundo o jornal «Público», que faz manchete com a notícia esta quinta-feira, o relatório terá sido endereçado por correio eletrónico ao ministro dos Assuntos Parlamentares algum tempo depois das últimas eleições legislativas e dele constavam nomes propostos para dirigirem o SIS (Serviço de Informações de Segurança) e o SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa), bem como outros de quem não deveriam ocupar estes cargos.
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O jornal indica que este e-mail está anexado ao despacho do Ministério Público em que são acusados de vários crimes Silva Carvalho, o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, e João Luís, ex-agente do SIED.
O «Público» tentou obter uma reação a estas informações junto de Miguel Relvas, que, numa resposta por escrito, disse desconhecer estas informações e não ter acompanhado «direta ou indiretamente» o tema das secretas.
«Sobre este caso particular não tenho ideia de ter recebido qualquer informação particular, e disso não resultou qualquer interação da minha parte», escreveu o ministro ao jornal.
Já o chefe de gabinete de Relvas, Vítor Sereno, também contactado pelo diário, salientou que esteve apenas «uma única vez» com Silva Carvalho e que não trocou qualquer tipo de mensagem eletrónica com ele desde que se encontra no actual cargo.
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O «Público» questionou ainda o gabinete de José Sócrates sobre se o primeiro-ministro teve conhecimento desta proposta de reforma das secretas. Rui Batista, assessor de Pedro Passos Coelho, disse apenas que o chefe de Governo não responde a perguntas «formuladas com esse enquadramento e nesses termos».
Relatórios diários
Segundo a edição do jornal «i», Miguel Relvas, na altura em que era secretário geral do PSD receberia de Silva Carvalho relatórios diários do SIED.
O jornal indica que esta informação não consta do despacho de acusação do MP, mas que terá sido confirmada por uma fonte ligada ao processo.
Contactado pelo «i», o atual ministro deu uma resposta semelhante à enviada ao «Público».
Segundo a acusação, a que a TVI teve acesso, estes relatórios que se tratavam de resumos de notícias publicadas em meios de comunicação social nacionais e internacionais, feitos por agentes de serviços secretos, eram recebidos por Silva Carvalho e enviados a várias personalidades entre elas o jornalista José Eduardo Moniz, o diretor do «Diário Económico» (António Costa), o politólogo Vasco Rato ou os ex-jornalistas Miguel Coutinho e Fernando Maia Cerqueira.
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