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Cavaco Silva recandidata-se «sem um único outdoor»

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Presidente promete poupar muito, porque os políticos devem «dar o exemplo»

Cavaco Silva anunciou esta noite a sua recandidatura à Presidência da República e prometeu uma «campanha sóbria», «sem um único outdoor», porque os tempos são de austeridade.

«Quero anunciar aos portugueses que depois de uma profunda reflexão decidi candidatar-me à Presidência da República. Uma decisão como esta nunca é fácil de tomar», começou.

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O actual chefe de Estado assumiu um «sentido de responsabilidade» e concluiu que tinha «o dever» de se recandidatar perante a «situação extremamente difícil» que o país atravessa, repleto de «incertezas e até angústias».

Repetindo várias vezes a palavra «experiência», Cavaco prometeu utilizar os seus «conhecimentos» para «ajudar o país a encontrar um rumo». Ainda assim, as palavras mais utilizadas, como é possível ver nesta nuvem de texto, são Presidente, República, Portugal, País e Portugueses.

«Sei que posso ser útil a Portugal. Move-me a consciência da gravidade dos problemas e por isso a minha campanha será sóbria e contida nas despesas. Não colocarei um único outdoor. Sei que isso me pode prejudicar, mas quando tantos sacrifícios são exigidos aos portugueses os agentes políticos devem dar o exemplo», disse.

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Prometendo «dignidade na campanha», garantiu não se deixar «arrastar» por qualquer linguagem imprópria, sem nunca se referir a qualquer um dos seus adversários. «Comigo os portugueses sabem com o que podem contar. Os portugueses sabem distinguir quem fala verdade de quem semeia ilusões e utopias», acusou.

O Presidente da República puxou a brasa à sua sardinha, questionando: «Em que situação se encontraria o país sem a acção intensa e ponderada, muitas vezes discreta, que desenvolvi? O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, em os caminhos que apontei, os compromissos que estimulei, a defesa dos interesses nacionais que promovi?»

No entanto, admitiu que a sua intervenção «podia ter sido mais bem aproveitada pelos diferentes poderes do Estado».

O chefe de Estado frisou que um Presidente tem de ter «isenção e imparcialidade» perante os partidos, para «favorecer o diálogo, a negociação e a procura de consensos», garantindo que sempre foi um «mediador», um «árbitro independente».

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«Os portugueses conhecem-me como um homem de trabalho (...) Sendo certo que ao PR não cabe governar ou legislar, não deve, contudo, deixar de exercer uma magistratura activa», afirmou.

Apontando o desemprego e o endividamento externo como os principais problemas do país, apelou à «união de esforços» para a recuperação económica que acredita ser possível desde já.

Sobre o seu passado social-democrata, Cavaco frisou que não se candidata por nenhum partido. «Qualquer Governo contará sempre com a minha cooperação, serei sempre um referencial de equilíbrio e estabilidade. Sou avesso a intrigas político-partidárias», assegurou.

Cavaco Silva chegou por volta das 20h00 ao Centro Cultural de Belém. Na Sala Fernando Pessoa, local onde já há cinco anos anunciara a sua candidatura presidencial, estava a família na primeira fila, assim como algumas dezenas de convidados, entre os quais João Lobo Antunes, pela segunda vez mandatário nacional da sua candidatura a Belém, Joana Carneiro, mandatária da Juventude, Diogo Vasconcelos, que terá o cargo de mandatário digital, e Vasco Valdez, mandatário financeiro. Luís Palha será o director de campanha.

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Presentes estiveram também várias figuras social-democratas como Leonor Beleza, Manuela Ferreira Leite, Mota Amaral e Marques Guedes. Da actual direcção do PSD, nenhum vislumbre.

A notícia da recandidatura de Cavaco Silva foi dada por Marcelo Rebelo de Sousa no seu habitual espaço de comentário da TVI.

Leia o discurso na íntegra

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