O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), ordenou à Direcção Municipal de Ambiente e Serviços Urbanos que elabore um novo mapa de turnos que inclua recolha de lixo ao sábado «sem recurso a horas extraordinárias», noticia a Lusa.
Num despacho datado de quinta-feira, Rui Rio determina que o novo mapa tem de estar pronto até 17 de Dezembro, pretendendo o autarca que entre em vigor em 1 de Janeiro.
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Em comunicado distribuído hoje, a Câmara do Porto refere que a falta de recolha e o acumular de lixo ao fim-de-semana nas ruas da cidade «já tinha levado o vereador dos Recursos Humanos a fazer um despacho que, por resistência interna, ainda não teve qualquer efeito prático, ou seja, nunca chegou a ser implementado».
«Há resistências internas no sentido de não ser assim e que este esquema leva ao pagamento de mais horas extraordinárias. Essa não é a nossa ideia. Há diversas profissões em que se funciona por turnos», afirmou Rui Rio, à margem de uma reunião da Junta Metropolitana do Porto.
O autarca afirmou que «esta medida é tomada no interesse da cidade e dos munícipes» e que há «todas as condições» para que entre em vigor em 1 de Janeiro.
«Tenho consciência de que a maior crítica à gestão da câmara tem a ver com a limpeza das ruas. Há uma obrigação da câmara de enfrentar o problema», frisou.
Rui Rio disse não esperar resistência dos trabalhadores ao novo mapa de turnos, mas admitiu que venha a haver «aproveitamento político da situação».
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«Estou à espera de resistências no patamar político e que algumas forças tentem agitar águas junto dos funcionários da câmara», afirmou.
O autarca salientou que «a única zona da cidade que não tem queixas» e onde a recolha de lixo «funciona melhor» é a da Boavista, a única que está concessionada, desde 2001, a privados.
Rui Rio disse que foi por essa razão que o executivo camarário do Porto decidiu, há quatro meses, alargar a zona concessionada a cerca de metade da cidade, processo que está actualmente em concurso público.
Caso não melhore a recolha de lixo feita pelos funcionários camarários, o autarca admitiu alargar a área de concessão até «75 por cento», mas garantiu que «nunca será a 100 por cento».
«Estou convencido de que os serviços da câmara serão capazes de dar resposta ao problema a partir do segundo semestre de 2008. É nisso que estamos apostados», realçou.
Rui Rio disse ainda que vai ser realizado um estudo destinado a fiscalizar «de fio a pavio» todos os serviços da câmara.
«A fiscalização não funciona em Portugal. É um estudo aprofundado de médio prazo no sentido de pôr a fiscalização a funcionar», referiu.
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