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Entrevista foi «auto-elogio»

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A vice-presidente do PSD Zita Seabra considerou esta segunda-feira que foi um primeiro-ministro «tristonho, sem chama, derrotado», que deu uma entrevista à SIC quando se assinalam três anos da actual legislatura, escreve a Lusa.

Zita Seabra reagia assim à entrevista a José Sócrates feita em parceria entre a SIC e o jornal Expresso em que o primeiro-ministro abordou durante 50 minutos os temas da Economia, Saúde, Educação e Política.

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Antes de comentar a entrevista do primeiro-ministro, Zita Seabra fez questão de expressar a sua indignação por José Sócrates na entrevista não ter tido uma palavra para os problemas dos temporais que assolaram a área metropolitana de Lisboa, em particular na zona de Setúbal.

«É absolutamente chocante», disse.

De acordo com Zita Seabra, o primeiro-ministro tentou fazer «malabarismos» com os números ao garantir que serão criados até ao final da legislatura os 150 mil postos de trabalho prometidos em campanha eleitoral.

Portugueses perderam «confiança» na Saúde

«Em plena campanha», diz CDS

O deputado do CDS-PP Nuno Melo considerou que a entrevista foi uma demonstração de que José Sócrates já «está em plena campanha eleitoral» para a eleições legislativas de 2009.

«Das duas uma: ou o primeiro-ministro já não tem a noção do país que governa ou já está em campanha eleitoral, recorrendo à propaganda mais descarada», disse à Agência Lusa o ex-líder parlamentar dos centristas.

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Nuno Melo considera-se «chocado» pela alegada insensibilidade do primeiro-ministro na abordagem de problemas que afectam a vida dos portugueses, como o encerramento de serviços de saúde, o desemprego ou a educação.

«Existem em Portugal 470 mil desempregados e a taxa de desemprego é a mais alta dos últimos 21 anos», refere Nuno Melo, salientando que se José Sócrates estivesse de «boa fé» teria feito referência a situações críticas como as que afectam os vales do Cávado e do Sousa, onde a taxa de desemprego é cerca do dobro da média nacional, atingindo os 15 por cento.

Nuno Melo referiu ainda não compreender o tom usado por José Sócrates para se referir ao ex-ministro da Saúde Correia de Campos. «Ao ouvir a entrevista [de José Sócrates], em que o primeiro-ministro garante que as reformas vão continuar, pode quase concluir-se que Correia de Campos foi vítima de uma grande injustiça», ironizou o deputado centrista.

Auto-elogio

O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo considera que a entrevista não passou de «um extenso auto-elogio à sua pessoa».

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Para o Bloco de Esquerda o país «pintado por José Sócrates não corresponde ao país real» e «o primeiro-ministro conhece mal o país que governa».

«Quando começou a governação existiam 400 mil desempregados, hoje são 500 mil», reforçou o parlamentar.

O deputado do Bloco de Esquerda referiu-se igualmente ao Serviço Nacional de Saúde dizendo que «está visivelmente pior do que quando José Sócrates iniciou o mandato e que hoje se espera mais tempo por uma consulta».

«Hoje as famílias estão mais pobres porque o custo de vida aumentou de forma exorbitante. É inadmissível o preço dos bens de primeira necessidade», concluiu João Semedo.

Arrogância

O primeiro-ministro falou de um país «que não existe», sustentou João Frazão, da Comissão Política do PCP, salientando a «intranquilidade» e «arrogância» de José Sócrates na entrevista.

Depois de três anos «o país está mais desigual, mais injusto e menos democrático», disse Frazão. «O que esta entrevista nos indica é que se vai manter a política de direita seguida até aqui e nesse quadro o que os portugueses podem esperar é ainda mais desigualdade, mais injustiça e mais democracia», concluiu o dirigente do PCP.

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