Artigo actualizado às 22h28
O primeiro-ministro, José Sócrates, assumiu esta segunda-feira, em entrevista à SIC, o motivo que levou ao afastamento de Correia de Campos, ex-ministro da Saúde: «para preservar a confiança dos cidadãos no Serviço Nacional de Saúde». Algo que se estava a «deteriorar».
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Mas José Sócrates fez questão de elogiar o trabalho desenvolvido pelo ex-ministro: «no corte de desperdícios, na rede de cuidados primários de saúde e ao nível dos cuidados continuados».
Quanto à escolha de Ana Jorge, o primeiro-ministro desvalorizou o processo que decorre no Tribunal de Contas, onde a actual ministra é arguida. «Esse processo é antigo, já foi julgado no tribunal arbitral e já lhe foi dada razão», justificou.
«Ana Jorge portou-se sempre no exercício das suas funções fazendo aquilo que devia: defendendo o SNS, os doentes e as boas práticas da administração», acrescentou.
«Sem educação não há futuro»
Sobre a educação José Sócrates não teve dúvidas em afirmar que «com mais alunos e menos dinheiro» a sua política garantiu «mais sucesso e menos abandono».
Admite que «são muitas reformas ao mesmo tempo» e que estas provocam «alterações da rotinas» instituídas, mas garante que «na educação não temos tempo a perder».
Mesmo admitindo que «não existem sistemas de avaliação perfeitos», considera que este é essencial para o desenvolvimento do sistemas educativo nacional.
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Um dos pontos mais criticados pela oposição é o facto das notas dos alunos contarem nessa avaliação dos docentes. «É apenas um item da avaliação e não acredito que os professores sejam potenciais falsificadores», defendeu Sócrates. Até porque «as notas serão comparadas com anos anteriores, com as notas dos exames e até dos outros professores».
É cedo para falar sobre eventual recandidatura
José Sócrates esquivou-se a confirmar se vai ou não recandidatar-se ao cargo de primeiro-ministro alegando «ser cedo». «Estou concentrado na governação e neste mandato. O candidato será escolhido no próximo congresso do PS», justificou.
Projectos feitos por si
Sobre a recente polémica em torno dos projectos de engenharia que assinou, na Guarda, voltou a garantir serem da sua autoria e responsabilidade.
Sócrates reafirmou que «todos os projectos que assinou» são da sua «autoria e responsabilidade», acrescentando que as notícias publicadas são «falsas» e dentro dos seus direitos cabe «o direito de defesa e o direito de desmentir as notícias que não são verdadeiras».
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Quanto aos impostos, José Sócrates não fez promessas e considerou precipitado prometer descida de impostos».
O primeiro-ministro ainda acredita que pode cumprir a meta de criar 150 mil empregos nesta legislatura e relembra que os últimos valores do INE apontam para mais 94 mil postos de trabalho.
Quanto aos impostos José Sócrates discorda que existam «mais abusos» e defende que a máquina fiscal está mais eficaz apesar de admitir mais contenciosos.
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