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Recorde do euro não será suficiente para impedir subida de juros

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O membro do Banco Central Europeu (BCE), Nicholas Garganas disse que a valorização do euro para níveis recorde face ao dólar não será suficiente para diminuir as pressões inflacionistas.

O responsável sugere desta forma que a autoridade monetária poderá subir novamente a sua taxa de juro de referência.

«Os riscos de subida da inflação dominam quaisquer efeitos derivados da valorização do euro», afirmou hoje o responsável, citado pela «Bloomberg».

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Segundo Nicholas Garganas, a inflação vai provavelmente acelerar no final deste ano e o impacto da crise do crédito hipotecário no crescimento económico vai ser «marginal».

Os responsáveis do BCE, que colocaram de lado um plano de subida de juros no passado dia 6 de Setembro, não deram até agora sinais de que vão seguir a Reserva Federal (Fed) dos EUA e reduzir a sua taxa de juro de referência do valor mais elevado dos últimos seis anos (4%).

Ao mesmo tempo que a valorização do euro acima dos 1,40 dólares reduz os custos das importações, Garganas diz que a economia está forte o suficiente para gerar pressões inflacionistas.

«Os principais impulsionadores da inflação são domésticos na sua natureza», sublinhou o mesmo responsável, citando um crescimento excessivo dos salários e os elevados níveis de capacidade de utilização.

«Se agirmos de forma firme, vamos assegurar que os riscos à estabilidade dos preços não se materializam», explicou.

As estimativas do BCE para inflação é que esta permaneça nos 2% neste e no próximo ano. Os preços no consumidor aumentaram 1,7% em Agosto em termos homólogos.

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O euro já valorizou 4,8% face ao dólar nas últimas seis semanas e 6,8% desde o início do ano. No dia 20 de Setembro tocou no valor mais elevado de sempre depois da Reserva Federal ter reduzido a sua taxa de juro de referência em 50 pontos base para 4,75%.

Visão contrasta com Banco de Portugal

A visão de Garganas contrasta com a de Vítor Constâncio que afirmou, dia 21 de Setembro, que «os riscos no cenário base aumentaram» e que o BCE iria «analisar» os efeitos na inflação de uma moeda forte.

Turbulência dos mercados não vai impedir crescimento económico

Quando questionado se teria a mesma opinião dos seus colegas do BCE, Garganas respondeu que a sua posição «é mais realista do que optimista», acrescentando que o cenário base do BCE mantém-se e que a economia vai expandir-se «perto do seu potencial» em 2008.

Para além disso está optimista de que a turbulência que atravessam os mercados financeiros não vai impedir o crescimento económico.

No entanto, os recentes dados económicos apontam para um abrandamento da expansão económica. A confiança dos empresários alemães caiu para mínimos de 19 meses em Setembro e a confiança dos investidores alemães deslizou para mínimos de nove meses em Setembro. Paralelamente, a actividade industrial e dos serviços na Europa expandiu-se ao ritmo mais lento em dois anos.

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