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As razões por detrás do aumento do preço dos alimentos

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Clima, água, terrenos, alimentação estão entre as causas

A subida das cotações das matérias-primas agrícolas e, por consequência, de muitos alimentos, deve-se a variados factores.

O Activobank7 explica aos portugueses porque gastam tanto a mais quando vão hoje ao talho ou ao supermercado.

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Aumentos dos preços dos alimentos vieram para ficar

Novos hábitos alimentares aumentam procura

O aumento da procura deve-se a factores vários. Um deles é a alteração de hábitos alimentares nos países emergentes, nomeadamente consumindo mais proteínas, em especial carne, produtos lácteos e ovos.

Isto implica um aumento desproporcionado da procura de cereais já que, a título de exemplo, são necessários 3 kg de cereais para produzir 1 kg de carne de porco, e 8 kg de cereais para produzir 1 kg de carne de vaca. Ou seja, as progressivas alterações nos padrões alimentares têm um efeito multiplicador no consumo de cereais. E tudo indica que esta tendência estará longe de estar esgotada.

Biocombustíveis roubam espaço aos alimentos

Também a pressionar em alta a procura estão os biocombustíveis, tanto na Europa como nos EUA, onde se pretende incrementar a utilização de fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis (como o petróleo), com particular destaque para os biocomustíveis (de que é exemplo o etanol), produzidos a partir de matérias-primas agrícolas, como o milho (EUA), ou mesmo a cana de açúcar (Brasil).

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Prevê-se que a utilização de etanol triplique até 2012 nos EUA. Muitos agricultores optaram por se concentrar na produção de milho, desviando-se da produção de trigo e soja, contribuindo para a enorme subida de preços destes cereais.

Na Europa, os Governos pretendem que os biocombustíveis representem 10% dos combustíveis utilizados em transportes, até 2020.

Em termos globais, para serem atingidos os objectivos de aumento de produção de biocombustíveis até 2015, os terrenos adicionais necessários para a produção de cereais seriam de 80 milhões de hectares, uma área superior a França, Portugal e Suíça juntos.

Terrenos agrícolas são cada vez menos e cada vez piores

Ao mesmo tempo que a procura aumenta, a produção está limitada por vários factores. Apesar de ter sido registada em 2007 a maior colheita de cereais de sempre a nível mundial, subsistem vários factores de preocupação.

Um deles é a escassez de terrenos agrícolas. Estima-se que existissem em 1950 cerca de 0,5 hectares de terrenos agrícolas por pessoa. Em 2010, este valor deverá ser menos de metade.

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Em 2008, pela primeira vez na História, a população urbana irá ultrapassar, em número, a população rural, estimando-se que em 2030 cerca de 60% da população mundial viva em cidades. Novos terrenos poderão ser aproveitados para produção agrícola, mas estes encontram-se frequentemente em áreas remotas, exigindo elevados investimentos em infraestruturas.

Outro factor a ter em conta é que os terrenos existentes são cada vez menos produtivos.

Água escasseia

Sob a atenção dos investidores está também a escassez de água potável. A produção agrícola consome 70% da água, a nível mundial.

A título de exemplo, a produção de uma laranja consome 50 litros de água; a produção de 1 kg de milho consome 1.000 litros, enquanto a produção de 1 kg de carne precisa no mínimo de 5.000 litros de água.

Clima não ajuda

Por outro lado, as alterações climáticas, que estão a levar a condições extremas, tenderão a condicionar cada vez mais as colheitas agrícolas. Em 2007, chuva a mais no continente europeu e chuva a menos na Austrália comprometeram decisivamente as colheitas de trigo. Estima-se que o aquecimento global possa reduzir a produção agrícola em cerca de 15% até 2020.

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