O governador do Banco de Portugal considera que as grandes obras públicas previstas em Portugal podem vir a sofrer alguns atrasos, caso continuem as dificuldades de financiamento por parte das empresas.
Em causa estão os grandes projectos de investimento, como a rede de alta velocidade ou o novo aeroporto internacional de Lisboa, a ser construído em Alcochete.
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«Os valores inscritos no Orçamento do Estado nesta fase são pequenos», lembrou Vitor Constâncio, já que o grosso do investimento será feito ao longo dos próximos anos.
Mas admite que «se as dificuldades de financiamento de mantiverem, alguns grandes projectos conhecerão atrasos, serão executados mais lentamente, porque há dificuldades de acesso ao financiamento».
O governador admite que, se o Orçamento do Estado tivesse sido elaborado mais tarde do que foi, algumas coisas poderiam ter sido diferentes. É o caso do aumento salarial de 2,9% para os funcionários da função pública, já que, na altura, se esperava uma taxa de inflação nacional de 2,5% para este ano, quando agora já se aponta para valores bem inferiores (o Banco de Portugal aponta agora para 1%).
«O aumento de 2,9% foi decidido com base nos planos do Verão, na altura, ninguém adivinhava que a inflação iria baixar para 1%, a inflação elevada era um problema grave nessa altura», lembrou Constâncio na conferência onde foi apresentado o Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal.
«Se o Orçamento tivesse sido feito mais tarde, talvez os números fossem diferentes. Mas agora, o que está lá, está», concluiu.
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