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Particulares oferecem crédito em anúncios de jornal

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Em altura de crise, quem não consegue empréstimo no banco, tem de procurar por alternativas

Portugal ainda não dispõe de uma rede social de crédito entre particulares, como existe já em vários países europeus, como a vizinha Espanha, mas existem cada vez mais anúncios de particulares nos classificados dos jornais a oferecer empréstimos, uma espécie de «D. Brancas» dos tempos modernos.

A DECO tem conhecimento de muitos casos, que acontecem desde o final dos anos 90. A prática, diz a especialista da associação de defesa do consumidor, Natália Nunes, é legal, desde que as pessoas que concedem os empréstimos não vivam disso, ou seja, não o façam como profissão e meio de vida.

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Burlões pedem dinheiro para abrir processo e desaparecem com ele

«Existem dois tipos de casos distintos. Há anúncios que são burlas. Oferecem crédito mesmo que a pessoa tenha história de incidentes de incumprimento registados no Banco de Portugal. Estes anúncios têm um número de telemóvel, os consumidores ligam para lá e alguém atende e marca um encontro, normalmente em sítios «suspeitos» para um negócio destes, como restaurantes, centros comerciais ou parques de estacionamento», explica Natália Nunes. «Nesses encontros, os consumidores explicam o seu caso e a outra pessoa garante que lhes vai conseguir o empréstimo, mas pede uma quantia para despesas de abertura de processo. Depois do cliente pagar esse valor, nunca mais o vê nem sabe mais nada da outra pessoa».

A DECO tem queixas de vários casos destes, em que os montantes adiantados variam entre os 75 e os 370 euros.

Também há anúncios sérios

Mas há também ofertas de empréstimos nos jornais, feitas por particulares e que não são fraudulentas. «Há anúncios que são sérios. As pessoas que oferecem o empréstimo, concedem-no mesmo, cobram uma taxa de juro, assinam um contrato. Acima de determinados valores (estipulado por Lei) tem de haver escritura pública e tudo», adianta.

Nestes casos, as pessoas que procuram a DECO fazem-no não para denunciar qualquer irregularidade mas porque estão sobreendividadas e não conseguem pagar as prestações.

«Os casos estão a aumentar nestes últimos tempos porque as pessoas estão desesperadas e procuram empréstimos em qualquer lado», conclui a especialista.

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