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Reforma tardia sem impacto na qualificação dos trabalhadores

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O ministro do Trabalho, José Vieira da Silva, acha que o aumento da idade da reforma não vai afectar a qualificação nem a modernização.

«Não julgo que vá afectar porque é uma ilusão pensar que trabalhadores com mais idade têm menos qualificações. Podem ter, por vezes, menos certificação escolar, mas em muitos casos têm uma excelente qualificação que a vida lhes deu», contestou o ministro, à margem de uma sessão comemorativa do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho.

E adicionou ainda relativamente a esta questão que onde se verifica esta situação «são alguns dos países mais desenvolvidos da Europa».

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Quando questionado sobre o peso desta medida para pessoas que se encontram, neste momento, a meio da carreira contributiva, o ministro também considerou que não vai ser penalizador. «As pensões vão continuar a crescer. Penalizar seria continuar com uma política que colocaria em causa as pensões dessas pessoas».

Recorde-se que ontem, o primeiro-ministro, José Sócrates anunciou novas regras para a Segurança Social, a entrar em vigor já este ano. Entre elas, está o aumento da idade da reforma, em que as pensões vão depender da esperança média de vida. Assim, os portugueses terão de pagar mais pensões à Segurança Social ou trabalhar por mais tempo e reformar-se mais tarde.

Aumento da idade da reforma desagrada aos parceiros sociais

No entanto, os parceiros sociais, que se encontravam na mesma sessão, apesar de lhes agradar a reforma das regras na segurança social, mostraram-se descontentes com esta nova medida.

«Globalmente consideramos positivo e estamos à espera que seja apresentado em concertação social. Já essa medida do prolongamento da idade de trabalho é aquela que temos mais dúvidas. Nesse caso, as pessoas que tiverem que prolongar os seus anos de trabalho, o farão sem motivação e não será positivo nem para as empresas nem para as pessoas» comentou João Vieira Lopes, vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

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«Estamos à espera para ver a alteração de algumas regras, nomeadamente o aumento da idade da reforma, porque isso pode vir claramente a prejudicar as empresas e quem trabalha», referiu Atílio Forte, presidente da Confederação de Turismo Português (CTP).

Já João Proença disse, «os trabalhadores, quando descontaram, tinham determinadas expectativas e isto não pode mudar de um momento para o outro. Aumenta gradualmente, mas poderá penalizar os trabalhadores. Para nós era totalmente inaceitável o aumento da idade da reforma».

E João Mendes de Almeida, vice-presidente da Confederação da indústria Portuguesa (CIP), rematou, «É difícil de saber se essas regras estão certas ou erradas. As necessidades de assegurar a sustentabilidade da segurança social levam a apresentar soluções que obviamente serão do as piores que as da situação actual».

Quanto à nova regra nas deduções, em que estas vão passar a depender do número de filhos, o ministro apenas comentou que «três filhos é uma dimensão em que aconselha que haja um tratamento mais favorável relativamente a outras situações».

Vieira da Silva não quis adiantar mais pormenores que ainda vão ser «debatidos em concertação social» e finalizou dizendo apenas que o objectivo do Governo «é recolocar o sistema de segurança social numa trajectória de equilíbrio».

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