Em declarações à «Agência Financeira», o responsável da Comissão, Francisco Gonçalves, fala da eventual perda de direitos e ainda de despedimentos. No total, cerca de 800 a mil trabalhadores podem perder o trabalho na área móvel e cerca de 4 mil na unidade de rede fixa.
«Caso a OPA vá para a frente, com a junção da Optimus com a TMN, vai ficar muita coisa em duplicado», diz, acrescentando que, pelas suas estimativas, «poderiam ser dispensados directamente cerca de 800 a mil trabalhadores».
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As duas empresas, Optimus e TMN, em termos de quadros efectivos, têm pouco mais de 1.100 trabalhadores cada uma. «Quer dizer que as duas juntas, não contando os indirectos, podiam trabalhar com cerca de 50% do efectivos», revela Francisco Gonçalves.
Na rede fixa, não apresentam melhores perspectivas. «Com a estratégia de que temos conhecimento, da separação das verbas, dos negócios, da rede fixa da de cabo, isso implicaria a retirada de valor da rede fixa, que ficaria isolada», diz. «Caso a empresa fosse repartida, começava a ficar desvalorizada, a perder quota de mercado e, numa situação dessas, previa-se que viessem a reduzir entre 3 a 4 mil trabalhadores».
Condições também ameaçadas
Mas os despedimentos não são o único fantasma. A PT tem assegurado, até agora, algumas condições, que os trabalhadores temem não ser mantidas pela Sonae. «Dentro de uma política socialmente responsável, a empresa tem permitido, através de mecanismos legais, que as pessoas, que estão na Caixa Geral de Aposentações da PT, se pudessem reformar antecipadamente», adianta o responsável.
Na Sonae, diz esta Comissão, as coisas costumam seguir um rumo diferente. «O que Belmiro de Azevedo faz é: compra, parte aquilo tudo, manda os trabalhadores embora. Os trabalhadores vão para o fundo de desemprego, vão aumentar o número de desempregados, vão trazer encargos para o País. A PT tem adequado o efectivo, conseguindo manter uma rentabilidade razoável, pelo menos os accionistas não se queixam», conclui.
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