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Endesa faz ultimato ao Governo português

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A Endesa Portugal está esta semana em conversações com o Governo sobre o mercado ibérico da electricidade (Mibel).

«Esta semana, tenho estado a falar com o Governo e a encostá-lo contra à parede por causa da questão do mercado liberalizado», contou à «Agência Financeira» o presidente da empresa, Nuno Ribeiro da Silva.

Recorde-se que, no passado mês de Setembro, Ribeiro da Silva anunciou que iria abandonar o mercado liberalizado em Portugal, em que opera através da Sodesa, por não ter condições para importar electricidade de Espanha a preços competitivos.

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Em causa estava o congestionamento das interligações entre Portugal e Espanha com a entrada em vigor das novas regras do Mibel, que reduziu essa interligação a duas horas e 15 minutos diários. Com estas condições, a Endesa alega que a EDP é favorecida.

Para o responsável, todos os operadores «reconhecem que não existe mercado (liberalizado)» e o recentemente anunciado aumento das tarifas da luz para 2008 (2,9% para domésticos), «só veio pôr mais carvão no fogo».

Ora, este tem sido o grande problema para os comercializadores interessados em vender electricidade fora do mercado regulado. Se as tarifas não aumentam fortemente, reflectindo de facto os custos que têm e o défice tarifário de mais de 800 milhões que Portugal tem, a oferta que estes comercializadores poderão fazer nunca será suficientemente atractiva.

Revisão das tarifas foi «show off» do Governo

Ribeiro da Silva têm ainda em conta que, «antes de 2011, não vai haver centrais de ciclo combinado para o mercado livre». «Para a Sodesa, não me adianta nada prometerem-me o céu daqui a três anos. Estou completamente entalado», referiu à «Agência Financeira».

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E continuou: «A ilação que faço é que o Governo não quer efectivamente mercado. Nada foi feito».

Ainda quanto à revisão tarifária queixa-se: «O valor é assumido pelo Governo como fictício. O próprio reconhece que tapou o buraco com uma parte do dinheiro dos contratos de concessão das barragens (pagos pela EDP) para cobrir um défice que continua a ser criado».

Para o presidente da Endesa Portugal, a revisão que foi feita das tarifas «não é coerente» e é «show off» do Governo e da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

De referir que a Sodesa, empresa de distribuição de electricidade que surgiu da parceria da Endesa e da Sonae, abastece 3.200 pontos de entrega em Portugal, representando 54% do mercado liberalizado.

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