Mira Amaral não acredita que Portugal consiga baixar o défice de 3% em 2013, como exige Bruxelas. E garante que pôr as contas públicas em ordem é uma tarefa que pode demorar oito anos. Mas é preciso começar já. Num almoço-debate organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas, que conta com a presença do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e dedicado ao Orçamento de Estado para 2010, Mira Amaral apelou ainda para que PS e PSD façam um pacto de regime com vista a tratar das contas públicas.
«É preciso extinguir serviços da Administração Pública»
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Comparando a atitude da Irlanda, perante um elevado défice, e a atitude do governo português inscrita neste Orçamento de Estado, Mira Amaral aponta para «o pragmatismo dos anglo-saxónicos»: «A Irlanda cortou nos salários, mas cá a reacção não seria a mesma».
Aliás, para o economista essa atitude é evidente no documento apresentado na terça-feira à noite pelo ministro das Finanças: «A despesa pública corrente primária mantém-se em 42% do PIB. Este é o indicador certo para ver se há mudanças estruturais ao nível das finanças públicas; é o único indicador depende apenas do Governo e não apresenta alterações. Logo, não há um ajuste da despesa pública».
Por isso, para Mira Amaral, o «Orçamento sabe a pouco» porque «deveria dar um sinal claro na consolidação das contas públicas e não o faz».
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