Para o Bloco de Esquerda (BE), Portugal não tem espaço para arrancar com um quinto canal, neste actual cenário de crise financeira, de retracção do mercado publicitário e de vários despedimentos no sector, como aconteceu a semana passada no grupo Controliveste.
As críticas foram feitas pelo deputado Fernando Rosas, durante o debate parlamentar e minutos depois de serem revelados os dois interessados neste quinto canal. A já conhecida Zon Multimédia e a Tele5 SA. Esta última foi entregue por David Borges, colaborador da SIC, e Carlos Pinto Coelho.
PUB
O deputado alertou ainda que abrir um canal televisivo não pode ser comparado à abertura de uma padaria ou fábrica de curtumes. «Não podemos deixar de ficar alarmados perante as notícias que indicam que a Zon, se prepara para fazer do quinto canal uma estação low cost e a montra da televisão por cabo. Sem produção própria», alertou.
Rádio e imprensa mais atingidos
Aliás, no entender do mesmo, a rádio e a imprensa escrita serão os meios mais afectados com este novo projecto. «Quando a discussão internacional se concentra no próprio futuro da imprensa, o aparecimento de mais um canal televisivo terá como óbvia consequência a brutal diminuição das receitas publicitárias dos restantes títulos, principalmente os da rádio e da imprensa escrita», salientou.
Fernando Rosas põe ainda em causa o mercado publicitário nacional, que no entender do mesmo, «é o mais distorcido da Europa», uma vez que, «as empresas concentram mais de metade do seu investimento publicitário nos canais televisivos».
PUB