Já fez LIKE no TVI Notícias?

Abusos sexuais: pai é principal agressor

Relacionados

Pediatra revela que agressões a menores começam em tenra idade

Um pediatra alemão especializado em casos de abuso sexual de menores disse esta quinta-feira, em Lisboa, que a maioria destes actos começam em tenra idade e são cometidos ao longo de vários anos por familiares próximos das crianças. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

Pillmann Furniss falava na II reunião do Departamento de Pediatria do Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, onde hoje e sexta-feira se debaterá o tema «revisitar as urgências».

PUB

O pediatra e professor da Universidade de Muenster, Alemanha, apresentou dados estatísticos com uma amostra de 64 crianças vítimas de abusos sexuais, que revelou que em 87,5 por cento dos casos os abusos foram cometidos por pessoas da família.

Em 45 por cento dos casos os abusos foram cometidos pelo pai, 32,9 por cento pelo padrasto, 4,7 por cento pela mãe, 6,2 por cento por um tio, 6,2 por cento pelo irmão e 1,6 por cento pelo avô.

«Um abuso sexual de uma criança não é um incidente, resulta de uma relação afectiva. Apenas um caso em mil é que é um incidente com estranhos», disse.

Segundo o pediatra, tal como acontece com as mulheres abusadas ou maltratadas, que muitas vezes voltam para o agressor, também a criança tem esse tipo de relação com quem lhe faz mal, até porque na maioria dos casos tratam-se de familiares.

«Toleram o abuso para manter a relação. As crianças precisam dos pais, são dependentes», disse.

Por outro lado, segundo o especialista, metade (50 por cento) dos abusos sexuais começam quando as crianças estão em idade pré-escolar ou no 1º ciclo do ensino básico.

PUB

Os abusos, adiantou, são assim perpetrados durante anos, pelo que é necessário que os pediatras estejam atentos e procurem sinais desde muito cedo.

Pillmann Furniss afirmou que a atenção dada à temática dos abusos sexuais a crianças é recente, e muito por força de grandes e mediáticos casos que resultaram em processos judiciais.

«O lado positivo destes casos foi levar os países a olharem para este problema de uma forma profissional. Provavelmente se não fossem estes casos não estaríamos aqui a falar do assunto», concluiu.

PUB

Relacionados

Últimas