Foi só uma frase entre o discurso que proferiu na Unidade de Saúde Familiar (USF) de Santos Pousada, no Porto. A nova ministra da Saúde visitou o norte do país para reforçar a importância destas estruturas e quanto a tudo o resto foi evasiva, adiando para «curto prazo» declarações efectivas.
A sucessora de Correia de Campos numa das pastas mais polémicas do actual Governo abriu o sorriso e usou um discurso menos pesado, com toques de quem sabe do que está a falar, uma vez que é médica. A propósito dos cuidados primários, considerou-os «essenciais», pelo que «a reforma do Serviço Nacional de Saúde está em marcha e já não volta para trás».
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INEM: «reflexo das trapalhadas»
A sua intenção é, por isso, «criar mais unidades de saúde familiar». «A minha equipa tem a convicção de que este é o caminho certo, pelo que temos a intenção de levar isto para a frente e, para isso, temos o apoio total do primeiro-ministro», frisou, acrescentando: «É necessário e urgente avançar com a reforma do Sistema Nacional de Saúde» [ndr: curiosamente, uma frase muito semelhante a alguns dos gritos de protesto dos utentes, que em coro cantam: é necessário, é urgente, uma política diferente].
Ana Jorge conta com «a ajuda dos médicos», que poderão estar a apresentar alguma resistência à remodelação dos cuidados de saúde, cada vez mais centrados nos serviços primárias e menos nos de urgência, que, como se sabe, têm fechado. Sobre este último ponto, a ministra foi evasiva, nomeadamente na reacção à notícia do Diário Económico, que aponta para um abrandamento destes encerramentos: «A curto prazo haverá notícias».
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INEM e unidades móvesi
Esta foi, aliás, uma das frases mais utilizadas por Ana Jorge, que parece estar a preparar uma reacção pública para breve. Foi assim que respondeu à necessidade de passagem para o modelo B das USF , bem como à substituição do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Luís Cunha Ribeiro: O doutor Cunha Ribeiro pôs o seu lugar à disposição e nós sentimos que estaríamos de acordo. A muito curto prazo será conhecido o nome do seu sucessor».
Para além desta visita ao Porto, a ministra esteve também no distrito de Viana do Castelo, onde entregou cinco unidades móveis de saúde. As UMS são viaturas que percorrem as freguesias, prestando apoio clínico domiciliário às camadas mais necessitadas da população, sobretudo idosos, que assim deixam de ter que se deslocar ao centro de saúde para actos tão simples como a medição da tensão ou da diabetes ou a administração de uma injecção.
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