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Cães cada vez mais ilegais

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Criadores das denominadas «raças perigosas» criticam novas medidas. Garantem que polícia não entra nos bairros onde há mercado paralelo destes animais. «É o caminho mais fácil e uma medida extrema». Associações falam em aumento da taxa de abandono Veja a lista de animais proibidos

O Governo escolher «o caminho mais fácil e optou por uma medida extrema», afirmou ao PortugalDiário Hugo Ramos, presidente do Rottweiler Clube de Portugal. Para este amante da canicultura a justificação para a proibição de importar ou criar estes animais é óbvia: «Dava muito trabalho» fiscalizar a lei que aprovaram em 2007.

«Até porque», acusa, «fizeram uma lei que não estava regulamentada e, por isso, não era cumprida». «Estamos à espera há meses que o Governo, através da Direcção-geral de Veterinária, determinasse quem e em que termos podia criar os animais». Nada foi feito.

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Proibida importação e reprodução de cães perigosos

Porto: câmara vai despejar donos de cães perigosos

«Nenhum animal dos "ataques" que foram notícia, era de criadores registados e profissionais». E vai mais longe: «Quem estava ilegal vai continuar ilegal e ninguém vai fazer nada. Até porque uma parte está em zonas que a polícia não entra e não vai entrar. O problema é o mercado paralelo, não o legal».

Tomar esta decisão sem «consultar as pessoas ligadas à canicultura» é um erro para Hugo Ramos que dá como exemplo outros países europeus onde «estas legislações não foram apresentadas sem que as entidades competentes fossem ouvidas».

Testes junto a crianças

«Tal como há pessoas mais equilibradas e calmas, também há animais mais equilibrados e calmos», explica Hugo Ramos. Um animal para ser usado como reprodutor «tem de passar por vários testes de sociabilização. Por exemplo, pode ser colocado junto de um grupo de crianças a jogar à bola ou a passear perto de bicicletas».

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Caso «se revele nervoso ou agitado» não pode ser "pai" de ninhadas. Isto é feito na presença de «juízes», isto é, pessoas especialistas em canicultura.

Animais vão ser abandonados

Já esta tarde, a associação ANIMAL alertou para um possível aumento do abandono de cães que poderá resultar da proibição da importação, reprodução e criação de cães de sete raças consideradas perigosas considerada pelo Governo.

«Quem vai pagar a factura são os animais que serão abandonados pois as pessoas vão querer furtar-se a estas condições entregando-os aos canis e gatis municipais. As pessoas não vão querer pagar pelas esterilizações», comentou à agência Lusa o presidente da associação de defesa dos direitos dos animais, Miguel Moutinho.

«Uma medida destas, imposta sem qualquer preparação, vai gerar uma reacção que vitimará os animais», acrescentou.

Acidentes gravíssimos

Esta sexta-feira à tarde, em conferência de imprensa, o ministro da Agricultura explicou a decisão do Governo, recordando os acidentes «gravíssimos», que têm vitimado em pessoas, em Portugal.

Veja a lista de raças ou cruzamentos considerados potencialmente perigosos

Em Portugal, estão registados perto de 5.500 cães de raças perigosas e existem ainda cerca de mil cães referenciados como perigosos por terem atacado pessoas ou mostrado sinais de agressividade não controlada. Mais de metade dos cães pertencentes a raças potencialmente perigosas concentra-se em Lisboa (1.656), Porto (1.015) e Faro (1.003).

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