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Casa Pia: Cruz teve tempo de ir a Elvas

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MP pegou nos álibis do ex-apresentador e garante que há dez dias «com tempo» para ir à cidade alentejana

O Ministério Público (MP), pela voz do procurador João Aibéo, terminou esta quarta-feira as suas réplicas às alegações finais das defesas dos arguidos no processo da Casa Pia. Desmontando os álibis construídos por Carlos Cruz, o MP encontrou, pelo menos, dez dias com tempo suficiente para o ex-apresentador ir a Elvas, apesar de todas as provas apresentadas pelo mesmo.

Casa Pia: MP nega acordo com Bibi

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O fim das alegações

Para chegar a esta hipótese, João Aibéo procurou nos quadros apresentados pela defesa de Carlos Cruz, nas alegações finais, dias com espaços temporais de cinco horas sem informação sobre a localização do arguido. Para o procurador, o espaço de cinco horas, com uma média de circulação de 110 km/h, permitiria ao ex-apresentador deslocar-se a Elvas.

Além disso, de acordo com João Aibéo, os advogados de Carlos Cruz não «taparam todos os dias da pronúncia».

Hugo Marçal nas aulas?

Além do ex-apresentador de televisão, o MP desmontou ainda álibis de Manuel Abrantes e Hugo Marçal, mostrando que também eles, apesar das provas documentais, teriam tempo para cometerem os alegados abusos sexuais.

No caso de Marçal, por exemplo, João Aibéo explicou que há dois dias em Outubro de 1999, nos quais o advogado alega que estava em aulas - tendo apresentado as folhas de presença em tribunal - mas que também existem registos de passagens em vias verdes na A1 - também entregues pelo arguido - exactamente nas horas em que devia estar a assistir às referidas aulas.

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Sem se querer alongar João Aibéo voltou a falar nas «fantasias das defesas» para encerrar as suas réplicas.

O procurador lembrou uma insinuação feita por José Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, sobre um alegado telefonema entre duas vítimas, no dia em que o tribunal fez o reconhecimento da casa de Elvas, e que - segundo a defesa do ex-apresentador - os ex-alunos da Casa Pia teriam partilhado informações sobre o interior da habitação, antes de um entrar na mesma.

«É uma fantasia? É uma conjectura? Ou é uma convicção? Prova é que não é», defendeu João Aibéo.

Sobre as alegadas «fantasias conscientes ou inconsciente» das testemunhas, referidas também pela defesa de Carlos Cruz, que teriam dado origem a todo o processo, o procurador fez a mesma afirmação: «É uma fantasia? É uma conjectura? Ou é uma convicção? Prova é que não é».

Porquê estes arguidos?

Durante a manhã o MP já tinha afirmado que as defesas nunca explicaram «porque motivo os miúdos tinham apontado estes arguidos e não outros». Mesmo admitindo que houve outros abusadores Aibéo continuou sem resposta: «Porque dirigiram a sua animosidade contra estes»?

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Invertendo a tese, dos arguidos, de que a exposição mediática dos nomes nos órgãos de comunicação social levou os jovens a referirem essas pessoas, o MP insistiu no contrário: «Se apareceram na televisão foi porque alguém referiu os seus nomes».

E se queriam apontar pessoas conhecidas ou com poder «porque escolheram um provedor-adjunto da Casa Pia e não o próprio provedor», perguntou João Aibéo.

Acordo: sim ou não?

Já no final da sessão, confrontado com a negação por parte do MP da existência do acordo com Bibi, Ramiro Miguel, advogado do ex-motorista, lembrou que nem Aibéo, «nem ele, assistimos ao que houve durante a fase de instrução».

Garantiu ainda que «na réplica» de Silvino, marcada para a próxima sexta-feira de manhã, tudo farão para «provar» se houve ou não acordo. Acrescentou ainda que «o que existe decorre da lei».

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