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Casa Pia: «Fantasias de adolescentes»

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Defesa de Carlos Cruz fala «em mentiras», conscientes ou inconscientes, das vítimas

Actualizado às 20:27

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, continuou durante a tarde, desta sexta-feira, as suas alegações finais no processo da Casa Pia. O advogado considerou que os factos da pronúncia são «mentira, consciente ou inconsciente, assumida pelos jovens». E que não passam de «fantasia adolescente». O Ministério Público (MP) e a investigação voltaram a ser alvo das críticas.

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O advogado socorreu-se de especialistas para explicar o significado de «fantasias de adolescentes» e resumiu-as como «formação de imagens mentais ou de sequências de eventos que realmente não aconteceram, ou aconteceram noutros locais, com outras pessoas e noutras circunstâncias».

«Seria um escândalo condenar»

Depois passou ao ataque e considerou que o Ministério Público, na voz do procurador João Aibéo, «construiu um castelo em cima das declarações das vítimas» sem as questionar.

Para Ricardo Sá Fernandes seria «um escândalo condenar estas pessoas - os arguidos - com base nas declarações». O advogado considera que precisavam de «consistência e corroboração» para serem credíveis e «faltam as duas». Além das «contradições» que considera evidentes, falta a confirmação, «por outros», dos factos. «O MP não trouxe nada a tribunal que não as declarações das vítimas».

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A dado momento, Ricardo Sá Fernandes afirmou que o processo nasceu «de três rapazes» - os jovens que acusam Carlos Cruz - e da atenção que os jornalistas lhes deram. «O mundo ficou à espera que eles indicassem os nomes dos abusadores, que lhes foram sendo dados pela comunicação social».

«Tudo o que é importante neste processo passou a sê-lo depois de aparecer na televisão», defende.

«Nada essencial bate certo»

Nos testemunhos destes jovens, a defesa do ex-apresentador garante que «nenhuma coisa essencial que bate certo» ao contrário do defendido pelo MP. Falham, por exemplo, as datas, as horas, as descrições das casas, com quem foram ou como entraram. Até ao momento, apenas se identificaram dois locais, o teatro Vasco Santana e a casa das Forças Armadas. Para Sá Fernandes «nenhum dos jovens esteve nestes locais».

O advogado refere mesmo um caso de «memória implantada», pelos órgãos de comunicação social, relativamente à porta das traseira, que serviria de entrada para a casa das Forças Armadas, e que só passou a ser referida pelos jovens «depois de ser divulgada» na comunicação social em Março/Abril de 2004. Apesar de um dos jovens a ter identificado em Janeiro de 2003, Sá Fernandes alega que as outras testemunhas só lhe deram «valor» depois.

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O «ovo da serpente»

A defesa de Carlos Cruz questionou ainda porque motivo, durante a investigação, apenas era pedido a uma das vítimas que fizesse desenhos das casas.«Então e os outros»?

«E porque não falaram as autoridades com os vizinhos dos outros andares do prédio nas Forças Armadas?», acrescentou. Foi mais longe e acusou o MP de inverter papéis. Dirigindo-se ao procurador: «O senhor doutor é que tem de provar a culpa, mas parece que eu é que tenho de provar a inocência».

Para Sá Fernandes, o «ovo da serpente» que inquina o processo está «escondido no inquérito». À saída do tribunal disse aos jornalistas que «só num país de ignorantes é que se escamoteia que processos destes, com múltiplas vítimas e múltiplas ofensas, às vezes são mentira». Os exemplos «serão dados depois».

Já o advogado das vítimas, Miguel Matias, «não esperava outra coisa das alegações», com ênfase «nas contradições destacadas de forma selectiva».

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