Já fez LIKE no TVI Notícias?

Casa Pia: Abrantes sem «tempo» para abusos

Relacionados

Defesa do ex-provedor-adjunto usou registos de telemóvel para mostrar que arguido nunca poderia ter cometido os crimes e questionou credibilidade das testemunhas

Actualizado às 19h30

A defesa de Manuel Abrantes prosseguiu esta segunda-feira as suas alegações finais, após duas semanas sem audiências devido à época festiva. Foram referidas incompatibilidades temporais para a prática dos crimes e levantadas dúvidas sobre a credibilidade das vítimas.

PUB

Durante todo o dia, Marta Saramago, que partilha com Paulo Sá e Cunha a representação do ex-provedor-adjunto, descreveu a vida do seu constituinte, com base nos registos do telemóvel, mostrando que este não estava perto dos locais onde ocorreram os abusos sexuais, nem teria «tempo» para os cometer dada a sua localização.

Casa Pia: «Tal como Pedroso deviam ter sido absolvidos»

Abrantes queria usar «detector de mentiras»

Marta Saramago utilizou «a lista integrada» feita pelo seu cliente e que incluiu, entre outras coisas, os registos da suas chamadas de telemóvel (antenas accionadas), registos de via verde, bilhetes de cinema e recibos de multibanco. Com base nestes dados «refez» os passos de Manuel Abrantes nos dias em que a pronúncia indica as práticas dos crimes. Na maioria sábados.

PUB

A defesa do ex-provedor-adjunto insistiu que este ia «quase todos os fins-de-semana», ao sábado, para as Caldas da Rainha e que, nos dias indicados na acusação, estaria longe dos locais onde os crimes teriam sido cometidos como, por exemplo, Elvas.

Em algumas ocasiões, a defesa cruzou informação e juntou dados de outros arguidos. Com registos de telemóveis de «Bibi» e informações fornecidas por Hugo Marçal, concluiu que se estes não podiam estar em Elvas, o seu constituinte também não.

Bilhetes de cinema

Para alguns sábados em que o ex-provedor-adjunto terá ficado na zona de Lisboa a sua defesa já tinha entregue, em tribunal, bilhetes de cinema que, a sua actual mulher (namorada à época), guardou como recordação.

Para os dias da semana (conhecidos como dias úteis), Marta Saramago também não encontrou «tempo» suficiente para que Manuel Abrantes pudesse cometer os referidos crimes. Mesmo quando havia uma vazio de algumas «horas».

Jovens «mentirosos»

PUB

Depois de referir, um a um, os dias descritos na acusação, a advogada entrou num novo capítulo e enumerou «as contradições» que encontrou no depoimentos que as vítimas prestaram em sede de julgamento.

A defesa de Manuel Abrantes apontou as discrepâncias nos depoimentos prestados pelo jovens, que acusam o ex-provedor-adjunto, em tribunal e perante a juíza de instrução. Enumerou ainda contradições dos ex-alunos da Casa Pia sobre os mesmos factos.

Num dos casos lembrou, por exemplo, uma testemunha que antes de dizer que tinha sido abusada garantiu que viu outro colega sofrer abusos, por parte de Manuel Abrantes nas caves da provedoria. Um acto negado pela outra testemunha, que apenas acusa o referido arguido de abusar de si em Elvas.

Dos seis jovens que incriminam Manuel Abrantes, a sua defesa apenas referiu três esta segunda-feira. Para todos foi buscar depoimentos que os descreveram como «mentirosos ou muito mentirosos». Entre ex-colegas de escola ou ex-educadores da Casa Pia procuraram-se «aspectos« que pudessem colocar em causa a credibilidade dos ex-casapianos.

A defesa de Manuel Abrantes retoma as alegações amanhã, terça-feira. Se estas terminarem no decorrer da audiência a palavra passará à defesa do ex-embaixador Jorge Ritto.

PUB

Relacionados

Últimas