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Casa Pia: quem criou o monstro?

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Defesa de Cruz diz que «uma fantasia de adolescentes tomou conta do país»

Actualizado às 20:17

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, deixou claro, no seu segundo dia de alegações finais, no processo da Casa Pia, quem considera ser responsável «pelo monstro» que está a ser julgado: «O Ministério Público, a Polícia Judiciária, a comunicação social, o Instituto de Medicina Legal e a medicina forense».

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Casa Pia: «Fantasias de adolescentes»

Durante a manhã, a defesa do ex-apresentador acusou «três colegas de quarto articularam o processo», mas à tarde responsabilizou «a comunicação social, a investigação e a Medicina Legal de terem andado de braço dado a construir o monstro». Ou seja, o processo da casa Pia.

À saída do tribunal resumiu a ideia aos jornalistas: «Os três são elementos de um tripé que permitiu que uma fantasia de adolescentes tomasse conta do país».

«Carimbo da veracidade»

Os peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) e o pedopsiquiatra, Pedro Strecht, foram directamente responsabilizados pelos danos gravíssimos que «causaram e causarão a estes jovens e contribuiram para a inquinação do processo». Para Ricardo Sá Fernandes o «carimbo de veracidade» atribuído, desde logo, à «veracidade» das acusações permitiu «implantar memórias» e dar-lhes «convicção».

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As perícias realizadas às vítimas, em 2003, tiveram para o advogado do ex-apresentador «uma abordagem metodológica desastrosa» e as que o tribunal mandou repetir em 2008 «também têm vícios e não se pode confiar nelas».

Mas para Ricardo Sá Fernandes, as parícias «apesar das limitações serviram. Serviram para determinar traços de personalidade, que são compatíveis com a fantasia que criaram», explicou.

«A primeira a ser absolvida deve ser a dona Gertrudes»

Após o almoço, Ricardo Sá Fernandes usou ainda algum tempo para fechar o capítulo Elvas. Depois de relembrar vários depoimentos de testemunhas, vizinhos e moradores da zona, afirmou, de pé e em tom mais elevado: «Na casa de Elvas, na casa de dona Gertrudes não se passou nada. E a dona Gertrudes deve ser a primeira pessoas a ser absolvida neste processo». A sua acusação é «no mínimo cruel».

«Chamarem à sua casa, a casa das orgias, é uma coisa tão miserável que tenho dificuldade em perceber como foi possível. Que a comunicação social vá atrás das coisas e os miúdos tenham fantasias? Agora que instituições como a PJ e o Ministério Público tenham ido atrás desta mentira ofende-me como cidadão, para além do advogado que sou».

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Na sua opinião «qualquer aprendiz de polícia teria desvendado isto na primeira esquina», ironizou.

«Deitavam-lhe fogo»

O procurador do Ministério Público voltou a estar debaixo de fogo, apesar de Ricardo Sá Fernandes compreender que «está a cumprir o seu trabalho e tem uma missão muito difícil». «Até porque», acrescenta, se assim não fizesse, «as pessoas deitavam-lhe fogo». Acusar os arguidos era «o caminho».

Ressalvando que rejeita a teoria «da cabala», Sá Fernandes admite que «as pessoas foram ao encontro do que achavam que deviam fazer, enrodilharam-se e não foram capazes de voltar atrás». «Poucos têm o mérito e capacidade de rever os seu métodos e posições. Talvez por descuido, incompetência ou incapacidade», lamentou.

Amanhã, terça-feira, a defesa de Carlos Cruz prossegue as suas alegações finais.

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