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Casa Pia: «Tenha vergonha, senhor procurador»

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Defesa de carlos Cruz ataca Ministério Público que visou o seu cliente «como um alvo a abater»

Actualizado às 14:19

Os advogados de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes e Serra Lopes, começaram esta sexta-feira as suas alegações finais do processo da Casa Pia. Para a defesa do ex-apresentador este «era um alvo a abater» ou, melhor, «o navio almirante desta batalha naval que é a acusação». Por isso mesmo, Ricardo Sá Fernandes terminou a sessão da manhã afirmando: «"Shame on you", senhor procurador». Ou seja, «tenha vergonha, senhor procurador».

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Serra Lopes foi o primeiro a falar, fazendo um resumo das alegações gerais que, juntamente com Ricardo Sá Fernandes, irá defender durante três dias no tribunal. Carlos Cruz «foi alvo por ser famoso», acusou desde logo o advogado, acrescentando que «era um alvo a abater». De forma poética descreveu o ex-apresentador como «o navio almirante da batalha naval que era a acusação», do Ministério Público (MP).

Ligando o processo da Casa Pia a outros casos famosos relacionados com abusos sexuais de menores que aconteceram no estrangeiro - Bélgica e Estados Unidos - insinuou que as indemnizações pagas pela igreja, em Filadélfia e Boston, às vítimas foram «importadas» para Portugal e aceites pelo Governo de Durão Barroso, «o mais desastroso dos últimos anos».

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Buscas e apreensões

Serra Lopes questionou ainda o MP porque motivo Carlos Cruz, ao contrário de outros arguidos, não foi alvo de buscas ou apreensões. E deu a resposta: «A polícia não fez buscas porque sabia que elas seriam inúteis».

Ricardo Sá Fernandes tomou depois a palavra para explicar que o processo da Casa Pia «não era ficção e para desmontar essa terrível teia de mentiras iria recorrer a factos». Para o advogado o processo que levou o seu cliente ao banco dos réus «nasceu na televisão e é da televisão».

Enaltecendo o papel da jornalista Felícia Cabrita e a investigação sobre os incidentes relacionados com Bibi, Sá Fernandes não tem dúvida que o episódio de 1982 referido, por Teresa Costa Macedo, nos três dias seguintes ao escândalo rebentar deu «à morte Jorge Ritto e Carlos Cruz».

Para o advogado estamos perante o «efeito borboleta», ou seja, «20 anos depois, factos inócuos e sem nenhum significado, como um bater de asas, causaram uma tempestade».

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«Tenha vergonha»

Sobre este caso, a defesa de Carlos Cruz, alega que «não se provou nada». Nem que o ex-apresentador e o ex-embaixador se conheciam, nem que Cruz frequentava a sua casa ou sequer aparecesse nas alegadas fotos. E por isso, depois da importância dada pelo MP ao episódio afirmou: «Tenha vergonha, senhor procurador».

«A história deste processo é feita de uma mentira que tapa outra mentira e fica sempre algo de fora». Defendendo que «mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo», Sá Fernandes espera que os arguidos «sejam todos absolvidos». Já que, «mais do que uma derrota do MP, será uma derrota para certa comunicação social que enriqueceu» com o caso.

Até porque, acusou Sá Fernandes, «as vítimas foram ouvidas pelos jornalistas antes de serem ouvidas pelas autoridades».

«Não ficou nada»

Recordando os depoimentos de todos os envolvidos no episódio de 1982, o advogado diz que «não fica nada». Até, as aparentes contradições, entre ex-alunos e ex-educadores, «são normais».

Outra critica dura feita ao MP visou a confissão da jovem encontrada em casa de Ritto em 82. Esta revelou em tribunal, uma tentativa de suborno e o MP «não participou nada».

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