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Defesa de Cruz «usa» Freeport na Casa Pia

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Escândalo que envolve primeiro-ministro é, para o advogado do ex-apresentador, exemplo do «lamaçal» que se vive no país

Em actualização

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, invocou esta segunda-feira o exemplo «das últimas semanas, do caso que envolve o primeiro-ministro» para demonstrar «o lamaçal» que se vive no país. Durante a sua réplica, a defesa do ex-apresentador, acusou ainda o Ministério Público (MP) de ter «uma lógica» do tempo «da inquisição».

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Casa Pia: «A bem da justiça»

MP não está a dizer «a verdade»

«Vivemos num país onde a verdade e a mentira coabitam sem avaliação. É um problema geral de funcionamento da sociedade, continuamos a postar em juízos irracionais (...) sem se fazer uma observação racional dos factos», afirmou Ricardo Sá Fernandes.

Já no final da sessão, o advogado do ex-apresentador de televisão, aclarou a ideia: «Vivemos num país onde nunca se descobre a verdade e a mentira, porque os procedimentos não são praticados. Infelizmente é uma constante da sociedade portuguesa, designadamente na área da justiça, nos casos complexos».

O que leva a que haja, acrescentou Ricardo Sá Fernandes tentando já «transpor» o exemplo para o processo Casa Pia, «uma incapacidade do cidadão em poder descortinar o que é verdade, do que é mentira. E isso, em grande parte, é responsabilidade da investigação que não foi feita e que devia ter sido feita».

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A «lógica da inquisição»

Na réplica à réplica do Ministério Público (MP) Ricardo Sá Fernandes voltou a responsabilizar o procurador que dirigiu a fase de inquérito, João Guerra, pela tragédia «que é a existência do julgamento». Mas atacou ainda a posição assumida pelo actual procurador, João Aibéo, «ao manter uma acusação insustentável» e por usar «a lógica da inquisição».

De acordo com a defesa de Carlos Cruz, «o fantasma da inquisição perdura» quando o MP insiste que se arguido não pode ter estado num determinado local «de manhã» - como está escrito na pronúncia - tem, então, «de provar que também não esteve à tarde».

«Not guilty»

Ricardo Sá Fernandes insistiu na teoria «da fantasia» dos jovens, «construída e fundamentada pela comunicação social», com o crivo «de procuradores do MP», inspectores da Polícia Judiciária e alguns médicos «que não cumpriram a sua função».

Por isso mesmo, voltou a pedir «racionalidade, racionalidade e racionalidade» aos magistrados que presidem ao julgamento. Para que, além de dizerem «not guilty» (inocentes) em relação aos arguidos, também possam «explicar aos arguidos, às vítimas e ao povo» porque é que «naquelas casas não houve abusos, nem por parte destes homens, nem por parte de outros».

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Do tribunal apenas espera «rigor, separação das águas e exibição da verdade» com «uma fundamentação que convença todos», aquando da decisão final.

Negando qualquer ataque pessoal durante as suas alegações, Ricardo Sá Fernandes, garantiu que as suas «expressões mais duras apenas visavam «referências funcionais». Foram criticas «feitas com fundamento e frontalidade» porque, defendeu, «não é justo criticar a justiça, no processo da Casa Pia, em abstracto».

Amanhã será a vez da defesa do médico Ferreira Diniz e da defesa da dona da casa de Elvas fazerem as suas réplicas às alegações.

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