O Presidente da República, Cavaco Silva, apelou esta quarta-feira a que se façam mais investigações na área das Ciências Sociais e Humanas sobre a pobreza e salientou a importância do trabalho efectuado pela UNESCO no combate a este fenómeno, escreve a agência Lusa.
Em mensagem enviada aos participantes na Conferência Internacional da UNESCO sobre a «Erradicação da Pobreza», que decorre desde terça-feira em Lisboa, Cavaco Silva sublinhou a «importância e a urgência» da tomada de medidas «contra a globalização da pobreza» e considerou que devem ser «criadas condições para reinventar a esperança de um mundo mais justo e digno».
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Na missiva, lida pelo presidente do Comité Nacional da UNESCO, Fernando Andresen Guimarães, o Presidente «salientou a importância da presença em Portugal» dos vários investigadores a quem, no âmbito do Programa de pequenas bolsas daquele órgão internacional, foram atribuídas bolsas de investigação sobre o fenómeno da pobreza.
Estes investigadores têm como missão apresentar estratégias para a erradicação da pobreza e preparação de planos de acção nacionais, baseados nos direitos humanos, apresentadas terça-feira no decorrer da conferência.
Cavaco Silva salientou que a erradicação da pobreza e a inclusão social «ganham cada vez mais destaque no mundo», pelo que estas questões «pedem que importantes medidas sejam tomadas».
A sessão de abertura formal também contou com a presença do subdirector-geral do Sector das Ciências Sociais e Humanas da UNESCO, Pierre Sané, que salientou a «importância fundamental que o combate à pobreza representa».
Pierre Sané lembrou que mais de três mil milhões de pessoas vivem abaixo do limite de pobreza, cerca da metade da população mundial e que uma «pessoa pobre é excluída da humanidade».
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«É preciso empenharmo-nos a nível global, o que ainda não aconteceu. Tenho dificuldade em perceber como é que continuamos a ignorar estas injustiças e a virar a cara a este problema», concluiu.
No primeiro dia da conferência foram apresentados e discutidos os resultados das investigações realizadas na América Latina, bem como os resultados dos trabalhos de investigadores africanos e do sul da Ásia.
Na primeira edição do Programa «Erradicação da Pobreza», tinham sido atribuídas um total de 42 bolsas a investigadores oriundos de países da Africa subsaariana (18 bolsas), do Sul Asiático (11) e da América Latina e Caraíbas (13).
Nesta segunda edição do Programa, serão atribuídas seis bolsas destinadas a investigadores dos cinco países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste.
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