O Ministério Público (MP) de Aveiro utilizou declarações de Ana Paula Vitorino para abrir uma investigação ao ex-ministro das Obras Públicas, Mário Lino. O antigo governante é suspeito de corrupção e abuso de poder.
A acusação do processo Face Oculta envolve ainda Armando Vara como elemento chave em vários negócios com Manuel Godinho, o sucateiro de Ovar.
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Em causa estão alegadas pressões que o ex-ministro das Obras Públicas terá feito junto da então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e do presidente da Refer, Luís Pardal. Mário Lino terá tentado resolver o conflito entre a empresa pública e o grupo de Manuel José Godinho.
O que o Ministério Público quer saber é se o ex-ministro teve realmente interferência no processo de reestruturação da Refer e se terá pressionado a antiga secretária de Estado com o intuito de ver demitido o administrador da Refer, beneficiando com isso o único suspeito deste processo que se encontra em prisão preventiva, o sucateiro Manuel Godinho.
A confirmarem-se todas estas ligações, interferências e pressões Mário Lino pode ser acusado dos crimes de corrupção ou abuso de poder.
Face Oculta: Lino pressionou Vitorino a abrir as portas da Refer
A investigação foi aberta na sequência das declarações prestadas por Ana Paula Vitorino no processo Face Oculta e que envolve ainda Armando Vara e Lopes Barreira, amigos do PS, que estariam, disse a ex-secretária de Estado, muito preocupados com o comportamento inflexível do presidente do conselho de administração da Refer, Luís Pardal, para com a O2, a empresa de Manuel Godinho.
Ao todo, na sequencia deste processo, o Ministério Público já acusou 36 arguidos - são 34 indivíduos e duas empresas -, por associação criminosa, corrupção, trafico de influencias, entre outros crimes.
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