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Monóxido de carbono trava esclerose múltipla

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Uma investigação realizada por uma equipa de investigadores portugueses revelou que o monóxido de carbono evita o desenvolvimento de esclerose múltipla, divulgou esta segunda-feira, o Instituto Gulbenkian de Ciência de Oeiras (IGC), onde o estudo foi desenvolvido, informa a agência Lusa.

O trabalho foi conduzido pelo investigador Miguel Soares no IGC, em colaboração com os laboratórios de Lawrence Steinmam e Raymond Sobel, da Universidade de Stanford, na Califórnia, e vem publicado na edição de Fevereiro da revista científica «The Journal of Clinical Investigation».

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O estudo teve como objectivo verificar se os mecanismos de protecção que previnem lesões de tecidos poderiam ser usados para travar o desenvolvimento da esclerose múltipla.

Esta hipótese teve na base descobertas anteriores do laboratório de Miguel Soares, que revelaram que as células que expressam o gene heme-oxygenase-1, que codifica uma proteína produtora de monóxido de carbono, estão protegidas contra lesões provocadas pelo sistema imune.

Assim, este estudo vem agora demonstrar que o monóxido de carbono previne a formação de lesões neuronais associadas ao desenvolvimento de uma síndrome relacionada com esclerose múltipla em ratinhos (encefalomielite auto-imune experimental).

A investigação permitiu verificar que a indução farmacológica da proteína heme-oxygenase-1 ou a exposição a níveis baixos de monóxido de carbono por inalação pararam a progressão da esclerose múltipla em ratinhos.

Estes resultados sugerem assim que a modulação daquela proteína ou a exposição a monóxido de carbono (um gás tóxico em concentrações elevadas) poderão ser usadas de forma terapêutica no combate à esclerose múltipla, e provavelmente no tratamento de outras doenças auto-imunes, em humanos.

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Os investigadores ressalvam contudo que se trata ainda de extrapolação de ratinhos para humanos.

A esclerose múltipla afecta aproximadamente 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar de qualquer pessoa poder desenvolver esta doença, cerca de 75 por cento dos casos verificam-se em mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade.

A esclerose múltipla resulta de um ataque por parte do sistema imunitário às células do sistema nervoso central.

Uma vez que é o próprio sistema imunitário o agente causador da doença, a Esclerose múltipla é reconhecida como uma doença auto-imune.

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