O magistrado Santos Cabral, antigo director nacional da Polícia Judiciária, disse esta quarta-feira que a nomeação de Almeida Rodrigues para o cargo deverá trazer alterações à investigação criminal e ao relacionamento da PJ com o Ministério Público, noticia a Lusa.
Em declarações à agência Lusa, o juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça disse que Almeida Rodrigues «tem todas as condições para dirigir e fazer singrar a Judiciária, num momento algo conturbado na vida da instituição». «É um ciclo que acaba e um novo ciclo que começa», acrescentou.
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Na sua opinião, o facto de Almeida Rodrigues, director adjunto da PJ quando Santos Cabral foi director nacional, de 2004 a 2006, ser um investigador de carreira traduzirá um «quadro previsível» de gestão da Polícia Judiciária «com directores unicamente da casa», sem recurso às magistraturas.
O ciclo que agora começa na Polícia Judiciária (PJ), sublinhou, coincide com a entrada em vigor de nova legislação nesta área, como a Lei de Segurança Interna, que «cria a figura do secretário-geral de Segurança Interna, na dependência directa do primeiro-ministro».
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Santos Cabral questionou em que medida «vai ser alterado o actual modelo de investigação» em Portugal. As alterações legislativas, conjugadas com um previsível afastamento das magistraturas da nova direcção da PJ, «implicam uma série de questões ao nível da investigação criminal e no futuro relacionamento com o Ministério Público», responsável pelo inquérito da investigação.
«Tudo isto implica nós pensarmos o que queremos da investigação criminal. Necessariamente, isto tem que ser repensado», acrescentou o antigo director nacional da PJ. Santos Cabral vincou que a entrada em funções de Almeida Rodrigues na direcção nacional da Polícia Judiciária traduzirá «um novo modelo de gestão da casa».
José Maria de Almeida Rodrigues, 49 anos, licenciado em Direito, é coordenador de investigação criminal da PJ, tendo sido um dos três directores nacionais adjuntos no mandato de Santos Cabral.
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