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Porto: «Um dia matam-me»

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Estão à espera que morram as testemunhas todas para actuarem? O receio de quem viu os seguranças morrer justifica a carta de João Nabais ao Governo e à PJ. Nomeação de equipa pelo PGR «pode ser o primeiro passo» para o fim da violência Testemunhas contam «meia história»

A nomeação da procuradora Helena Fazenda para coordenar a equipa de magistrados e polícias que vão investigar todos os inquéritos relacionados com a violência no Porto «pode ser um primeiro passo para a resolução célere e eficaz» destes crimes.

Quem o diz ao PortugalDiário é a advogada Sónia Carneiro, do escritório de João Nabais, que representa os familiares de Ilídio Correia, segurança de Miragaia, morto a 29 de Novembro, no Porto.

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«Mas recordo que enviámos uma carta ao director nacional da PJ e até agora não obtivemos resposta», acrescenta a jurista.

João Nabais não escreveu ao Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, mas na segunda-feira enviou cartas aos ministros da Justiça e da Administração Interna, bem como ao director nacional da PJ e ao coordenador da PJ do Porto.

Nas missivas exigia «medidas concretas» para pôr fim às mortes e deter os culpados. Além de criticar a «inoperância» da justiça perante o crime ocorrido a 29 de Novembro, o advogado exigia medidas até ao final da semana.

Por que motivo a polícia não fez detenções?

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, a missiva já chegou aos destinatários. Nela, o advogado alerta para o facto de várias testemunhas terem identificado alguns dos responsáveis pela morte de Ilídio Correia, designadamente Bruno Pinto (Pidá), não percebendo por que motivo a polícia não avançou para detenções.

A indignação terá subido de tom na quinta-feira passada, quando Bruno Pinto deu uma entrevista à TVI a partir de casa, negando o envolvimento no crime e mostrando-se disponível para depor na PJ, o que não terá acontecido até ao momento.

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«Há cinco pessoas que o viram matar o meu irmão, que nem da família são, e que foram testemunhar à polícia. Agora, venho a saber que o assassino do meu irmão está a 500 metros da minha casa e ninguém faz nada?», referiu indignado, na semana passada, Benjamim Correia, irmão do segurança de Miragaia, ao PortugalDiário, após a entrevista de Bruno Pidá.

O facto de as ameaças aos familiares continuarem, através de SMS, dando conta de que os autores dos crimes já têm 25 anos de prisão garantidos e nada a perder... terá pesado na decisão de escrever às autoridades.

«Um dia matam-me»

Mas a gota de água terá sido a morte de Alberto Ferreira (Berto Maluco), única testemunha conhecida do homicídio a tiro do empresário da noite, Aurélio Palha, a 27 de Agosto, na zona industrial do Porto.

Estão à espera que morram as testemunhas de todos os crimes para actuarem? É a questão que os familiares das vítimas colocam e que reflecte o espírito da missiva que João Nabais enviou às polícias e ao Governo.

«Um dia matam-me. Os jornais vão dizer que os tiros saíram de um BMW preto», ironizou uma testemunha ouvida.

Leia a seguir: Testemunhas contam «meia história»

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