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Reestruturação do SNS pode pôr em causa trabalho já feito

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Ordem dos Médicos lembra o «momento particular» que se vive no sector

A Ordem dos Médicos (OM) alertou, esta quarta-feira, para a possibilidade da reestruturação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) poder «pôr em causa os indicadores de saúde» conquistados nos últimos anos pelo trabalho dos médicos.

A presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Isabel Caixeiro, que falava à Agência Lusa na véspera do XIV Congresso Nacional de Medicina, lembrou o «momento particular» que se vive actualmente no sector da Saúde em Portugal.

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Isabel Caixeiro sublinhou a necessidade de haver «um estímulo à evolução ao longo da vida que permita aos médicos demonstrar que mantêm as suas capacidades e que vão adquirindo uma diferenciação progressiva».

«Isto tem sido contrariado e no fundo destruído com a reestruturação que tem estado a ser feita a nível hospitalar, com o aparecimento dos ¿hospitais empresa¿», criticou, lembrando que, neste momento, as carreiras têm um «significado diferente para os médicos que trabalham há mais tempo no SNS e para os mais jovens».

As variadíssimas modalidades de exercício que existem nos hospitais, os contratos de trabalho individuais para os jovens médicos, a utilização de empresas fornecedoras de mão-de-obra pelos hospitais- empresa são realidades que, segundo a médica, têm criado um ambiente que «provoca mal-estar e destrói o desenvolvimento harmónico do SNS».

«Isto tem criado uma destruturação perigosa e prejudicial em relação ao funcionamento das equipas, que estão completamente destruturadas e onde não existe qualquer estruturação hierárquica», criticou Isabel Caixeiro.

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A responsável criticou ainda as recentes declarações da ministra Ana Jorge, que considerou que no sector existiam verdadeiros «mercenários», lembrando que foi o próprio Governo que «introduziu leis do mercado na área da saúde sem precaver o efeito prejudicial que isso iria ter».

«Quando se contabiliza a produtividade pelo número de actos médicos realizados, é extremamente grave que se venha dizer a quem entrou nesta linha que afinal não o devia ter feito», salientou, lembrando que foi o próprio Governo que levou a uma empresarialização dos hospitais e abriu a porta ao mercado.

«A ministra foi realmente infeliz nessa designação», frisou.

A presidente do Conselho Regional do Sul da OM lamentou ainda que em Portugal se tenha assistido a «uma pulverização de especialidades médicas, de superespecializaçao» e que cada vez existam menos médicos «capazes de ver o doente com um todo¿, questionado se «não será melhor voltar ao modelo de um tronco comum».

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