Os trabalhadores da Portugália (PGA), que protestaram esta terça-feira contra o despedimento colectivo de 118 pessoas da transportadora aérea, foram recebidos pelo presidente do conselho da administração da TAP, Fernando Pinto, mas não conseguiram impedir os despedimentos. O presidente da TAP está a equacionar a colocação dos trabalhadores no mercado de trabalho.
Com cartazes em punho, os trabalhadores passaram a mensagem: «Para Scolari hospedeira é aeromoça, para Fernando Pinto sinergias=despedimento».
PUB
O processo de despedimentos começou depois da Portugália ter sido comprada pela TAP. Com o objectivo de reduzir os custos empresa, a PGA lançou um «Plano de Recuperação» que tornou 118 trabalhadores excedentários.
Os profissionais juntaram-se em protesto para tentarem recolocar as pessoas com o seu lugar em risco em empresas do grupo da TAP, um objectivo que parece difícil de alcançar. «A TAP diz que o processo não é possível, porque não há vagas» para o pessoal da PGA, revelou o responsável do Sitava, Jorge Lopes ao Portugal Diário.
Não foi possível impedir despedimentos
Uma carta a «exigir um esforço» de recolocação foi enviada à TAP, e os manifestantes acabaram por ser recebidos pelo presidente do conselho da administração da TAP, Fernando Pinto, que, segundo Jorge Lopes, garantiu ter em conta a colocação futura dos trabalhadores no mercado de trabalho.
«Obtivemos um compromisso da parte de Fernando Pinto de que poderá haver a colocação de mais trabalhadores da Portugália no grupo TAP se tal se revelar necessário», explicou.
PUB
No entanto, o responsável do Sitava afirmou que o objectivo da manifestação não foi alcançado. «O objectivo era parar o despedimento, mas isso está fora de questão», lamentou. «Resta agora aos trabalhadores recorrer à via judicial para garantir os seus direitos».
Jorge Lopes criticou o papel do Estado enquanto accionista da TAP e sublinhou o aspecto «surrealista» da questão. «A TAP comprou a PGA e vai despedir trabalhadores para depois lhes pagar as indemnizações...isso é contraditório», disse.
«É um processo dinâmico»
Contactada pelo PDiário, a TAP não comentou as críticas que lhe foram dirigidas, mas salientou que não havia possibilidade de integrar todos os trabalhadores.
«A TAP tem estado a crescer, e quer crescer com a PGA. Queremos proporcionar cada vez melhores oportunidades aos nossos trabalhadores e clientes», disse Isabel Palma, porta-voz da TAP. «É um processo dinâmico», acrescentou.
A porta-voz lamenta que estejam postos de trabalho em risco, mas adiantou que a «PGA contratou uma empresa para apoiar os trabalhadores na sua futura colocação no mercado de trabalho».
Isabel Palma disse ainda que, desde a compra da PGA, «63 trabalhadores já foram integrados pacificamente» na TAP.
PUB