O júri do Prémio Pessoa 2007 decidiu atribuir o galardão à historiadora Irene Pimentel por considerá-la «uma das figuras mais notáveis da actual historiografia portuguesa», declarou hoje, em Cascais, Francisco Pinto Balsemão.
Irene Pimentel «tem estudado temas difíceis e polémicos», acrescentou o presidente do júri do prémio, que ao fim de vinte anos, volta a destacar a área da História, depois de ter premiado, em 1987, o investigador José Mattoso.
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«Os seus livros, que nunca negam a sua adesão à causa das liberdades e dos direitos humanos, revelam um notável esforço de rigor intelectual e de objectividade académica», sustentou ainda o júri sobre a escolha da historiadora.
Irene Pimentel, 57 anos, lançou este ano os trabalhos «A História da Pide», «A Mocidade Portuguesa Feminina», «Vítimas de Salazar» e em 2006 «Os judeus em Portugal durante a 2ª Guerra Mundial».
Colaborou em vários projectos de investigação incidindo sobre temas de história contemporânea e foi ainda autora da parte portuguesa de «Contai aos vossos filhos» (2001), livro europeu sobre o Holocausto na Europa.
Publicou também a «Fotobiografia de Manuel Gonçalves Cerejeira» (2002) e acabou recentemente a «Fotobiografia de José Afonso», a lançar em breve, e actualmente trabalha num projecto de investigação sobre os Tribunais no período do Estado Novo.
Na cerimónia de anúncio do premiado, Pinto Balsemão, questionado pelos jornalistas, admitiu que não houve unanimidade na decisão do júri: «Surgiram muitas candidaturas», 29 no total, nove provenientes da sociedade civil e as outras vinte sugeridas pelos jurados.
«Há muitas pessoas a fazer coisas interessantes e importantes. Desta vez foi a área da História a escolhida», comentou Pinto Balsemão, acrescentando que o júri «quis dar um impulso» ao trabalho de Irene Pimentel.
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