Os donos dos restaurantes na primeira linha de praia na Costa de Caparica servem este Verão refeições pela última vez nos seus estabelecimentos, devido às alterações provocadas pelo Programa Polis, noticia a Lusa.
A partir de Outubro deste ano, e por tempo ainda indefinido, os apoios de praia pré-fabricados que irão ser instalados na Caparica começam a chegar, o que implica a mudança de material dos locais originais para as novas instalações.
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A decisão não tem sido pacífica, com donos de alguns restaurantes da zona a reivindicarem melhores condições para conseguirem continuar a trabalhar.
Em declarações, António Ramos, dono dos restaurantes «O Barbas» e «O Bento», da discoteca «Ondeando» e do bar «Kalua», diz que os estabelecimentos perdem a designação de restaurante para serem apoios de praia, «o que não permite exercer funções da mesma maneira».
Além disso, o conhecido proprietário acusou os empreiteiros da obra de não conhecerem a realidade da Costa de Caparica, alegando que «os apoios de praia, tal como estão previstos, não irão servir os milhões de pessoas que se deslocam à Costa anualmente».
Condições financeiras «injustas»
Para substituir as instalações actuais dos estabelecimentos de António Ramos, a Costa Polis previu no plano a atribuição de três apoios de praia, todos com 80 metros quadrados de zona coberta e 150 metros quadrados para serviço de esplanada.
Além disso, António Ramos avalia as condições financeiras oferecidas como sendo «injustas», uma vez que, por cada apoio de praia, e no período máximo de nove anos, o concessionário terá de desembolsar 250 mil euros.
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A preocupação de António Ramos passa agora por saber se terá sequer estabelecimento para trabalhar no próximo Verão e se poderá manter os cerca de 50 funcionários que tem, alguns deles em idades em que «será difícil arranjar outra coisa».
Nesse sentido, o proprietário, em conjunto com a gerência do restaurante «Carolina do Aires», já exigiu uma reunião com a presidência da Costa Polis e com a Câmara Municipal de Almada, no sentido de avaliar as possibilidades de negociação no que diz respeito aos estabelecimentos de restauração.
Contactado pela Agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia, António Neves, confirmou ter recebido queixas de alguns empresários de restauração da Costa, garantindo, no entanto, que «a interrupção de actividade será faseada e durará muito pouco tempo».
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