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VÍDEO: «Foi como uma bomba!»

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Reportagem em Setúbal: explosão ouviu-se a quilómetros. A luz do dia revelou os estragos que deixaram 150 pessoas sem casa, meia centena de carros destruídos e danos em lojas e habitações. PDiário mostra-lhe o desespero de quem só levou a roupa do corpo. Investigações sobre fuga de gás ocupam agora a Polícia Científica

Vidros partidos, persianas no chão, carros destruídos e algumas casas completamente despidas para o exterior mostram o caos vivido na noite desta quinta-feira na Praceta Afonso Paiva, em Setúbal, onde uma violenta explosão reduziu a escombros os últimos quatro andares de um prédio de habitação.

José Santos morava num quarto alugado no apartamento ao lado onde se deu a explosão. É para lá que todos olham. Paredes esventradas, uma destruição total que enche rostos anónimos de expressão incrédula. «Moro no 11ºB e aquilo foi no C ou no D e se eu lá estivesse, a esta hora não estaria aqui». José Santos estava a trabalhar num café quando o seu senhorio lhe deu a notícia. Ficaram sem nada, com a roupa que tinham no corpo e, à semelhança dos cerca de 150 desalojados, passaram a noite quase sem pregar o olho.

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Foi assim com Bruna Lopes, que deixou todos os seus bens no prédio. Esta manhã, a moradora conseguiu convencer os bombeiros a deixá-la subir ao topo do prédio. Os bombeiros deram-lhe um capacete e um casaco de bombeiro. As atenções de Bruna estavam centradas no seu gato, que não foi evacuado do prédio. «Fui à procura do meu gato mas não o achei», afirmou visivelmente emocionada.

Passadas 24 horas da explosão continuam a ser retirados muitos animais domésticos do edifício, que resistiram perante os escombros. O veterinário da autarquia, José Luís Bucho, destacou que o passar das horas poderá provocar perigo de saúde pública devido à «falta de salubridade da comida que se encontra dentro dos apartamentos».

Explosão afecta prédios em redor

Inês Fernandes pensou que seria um atentado. A florista encontrava-se na sua loja no rés-do-chão do prédio na altura da explosão e conta como sofreu o maior susto da sua vida. «Vi um carro no ar e pensei que seria uma bomba. As pessoas corriam para todos os lados e ouvia-se o barulho enorme de vidros a caírem», disse.

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A cor amarela dos tijolos são do prédio onde houve a explosão e foram parar ao escritório de Silvestre Noah, que habita no edifico ao lado. «Felizmente o meu filho não estava aqui», congratula-se Silvestre Noah, que na altura não se encontrava em casa, tendo a sua mulher sido evacuada de imediato pelos bombeiros.

O buraco que tem em casa, no oitavo andar, mostra uma visão privilegiada para os apartamentos destruídos. Foi ali que embateu o maior estilhaço da explosão, destruindo por completo o escritório onde o filho de Silvestre Noah costumava fazer os trabalhos para artes plásticas.

Comerciantes fazem contas

Além das pessoas desalojadas, o comércio local também sofreu com o impacto. Foram poucos os estabelecimentos que escaparam à violência dos estilhaços. «Estava sozinho no café. Pensei que fosse um tremor de terra, mas depois vi pessoas a correr, a atropelarem-se umas às outras e percebi que era grave», relembra vezes sem conta António Silveira, dono do Snack-bar Drink, nas traseiras do prédio. O comerciante conta com um prejuízo de 900 euros, devido às duas montras partidas.

Isabel Gomes também já fez conta aos estragos e vai ter um prejuízo a rondar os 1500 euros. Tinha saído da imobiliária que gere na Praceta Afonso Paiva, 15 minutos antes da explosão. A sua loja ficou parcialmente destruída, sem montras e com vários estragos no interior. «É indescritível. Fiquei a pensar que havia mortos naquele prédio e foi isso que me abalou mais», disse. Não os houve e os 40 feridos também já estão livre de perigo.

A limpeza dos destroços vai durar alguns dias, a reconstrução um pouco mais. Resta agora às pessoas desalojadas e afectadas pela explosão que, num minuto, lhes desorganizou a vida, ultrapassarem o grande susto que apanharam.

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