Foi arquivado o caso das denúncias dos alegados abusos sexuais ocorridos na Casa do Gaiato, em Paço de Sousa (Penafiel), noticia o Jornal de Notícias neste domingo. Alegadamente, não terão sido provados os abusos ocorridos entre 1995 e 2000, segundo investigação da Polícia Judiciária do Porto, desencadeada pela participação de três antigos internos que fugiram daquela instituição, e por um relatório da Inspecção Geral da Segurança Social.
Segundo o jornal, as 19 testemunhas inquiridas pelos investigadores nunca referiram ter presenciado tais abusos, tendo reconhecido unicamente que «se falava» de tal prática entre os internos da Casa do Gaiato, mas que não sabiam a identidade dos envolvidos. Acresce o facto de os exames de sexologia forense efectuados aos menores no Instituto de Medicina Legal do Porto nada terem provado.
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Segurança Social averigua estalo
Além de cinco internos, foi ainda investigado e constituído arguido um funcionário da instituição, denunciado por um antigo aluno que abandonou a Casa do Gaiato em 1988. O participante descreveu aquele indivíduo como um pedófilo compulsivo, com o hábito de abusar de miúdos com idades entre nove e 12 anos. Mas mais ninguém confirmou estes factos. Pelo contrário, várias testemunhas desmentiram as suspeitas.
«Nas muitas entrevistas (74) efectuadas aos utentes da Casa do Gaiato apurámos da existência de práticas sexuais no seu interior, mas as crianças que abordaram este tema não só projectaram tais práticas para terceiros como, salvo raras excepções e sempre atribuindo a colegas mais velhos, não identificando os autores das mesmas», lê-se no relatório, que sublinha ainda a existência de uma «cultura de medo» e de «vergonha», numa instituição em que «é proibido chibar».
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