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Pedida demissão de director da PSP por viajar em executiva

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Sinapol considerou «um ultraje»

O presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) considerou este sábado «um ultraje» o director nacional da PSP ir viajar para Luanda em classe executiva para participar numa reunião da CPLP e exigiu a «demissão imediata» do superintendente-chefe Guedes da Silva, noticia a Lusa.

O presidente do Sinapol, Armando Ferreira, reagia assim à agência Lusa a uma notícia do «Diário de Notícias» segundo a qual os responsáveis máximos da GNR e da PSP vão viajar para Angola em classe executiva para participar na 6ª Reunião de Chefes de Polícia da CPLP, custando a viagem da comitiva de três pessoas da PSP cerca de 10 mil euros.

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«Isto começa a assumir níveis que não podem ser inaceitáveis, o ministro tem mesmo de tomar uma posição sobre esta matéria. Não é possível estar-se a exigir sacrifícios aos elementos policiais que já vão para além do que é aceitável e depois continuar-se a verificar que as viaturas oficiais continuam a ser utilizadas como meio de transporte pessoal, agora as passagens de avião são luxos que nem o primeiro-ministro considera adequados para ele próprio, um director de polícia arroga-se ao direito de mais uma vez, por sua decisão pessoal, ir em classe executiva», afirmou.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da Direcção Nacional da PSP, Paulo Ornelas Flor, confirmou a viagem naquela classe, mas justificou-a garantindo que está autorizada pelo primeiro-ministro, uma vez que, de acordo com o diploma legal em vigor, «em todas as viagens que tenham uma duração superior a quatro horas de voo é autorizada a deslocação em executiva, em detrimento da económica».

Quanto à deslocação também de dois comissários a Luanda, Paulo Flor explicou que a PSP é responsável por duas comissões no âmbito da CPLP, uma sobre Armas e Explosivos e outra sobre Prevenção da Violência e Policiamento de Proximidade, o que justifica a deslocação destes dois elementos especialistas nestas áreas.

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O porta-voz da polícia disse ainda que na última reunião de Chefes da Polícia, em Abril em Maputo, foram apresentadas três propostas de projectos especiais em que a PSP vai colaborar com a CPLP, assunto que será seguido e aperfeiçoado na cimeira que agora se vai realizar agora em Luanda.

Não se deixando convencer pelas justificações, Armando Ferreira defende que «não podem continuar» a existir na PSP estes «gastos supérfluos» quando «vêm de cima ordens para cortar» e a política do Director Nacional é «façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço».

«Os polícias estão para lá do limite, a guerra que está haver no corpo de intervenção da PSP, em levantamento de rancho há quase um mês, a guerra que está a haver na PSP por causa dos reposicionamentos, tudo isto com pedidos de sacrifício por parte do ministro aos sindicatos, a dizer que não tem dinheiro, a pergunta que se faz é, então e depois há dinheiro para estas coisas», afirmou.

O dirigente da Sinapol, estrutura que diz ser a segunda maior e ter três mil associados, alertou para o forte descontentamento e contestação se nos últimos tempos se tem feito sentir na PSP e vincou que os comentários postados no Facebook sobre esta viagem e os problemas na policia «são esclarecedores».

Quanto a uma tomada de posição sobre este assunto, Armando Ferreira é peremptório: «É a mesma que o Sinapol tomou há cerca de duas semanas quando se soube que o director se tinha aumentado a si próprio, o pedido de demissão imediata».

«A continuidade do superintendente-chefe Guedes da Silva à frente da polícia está a tornar a situação na PSP cada vez mais difícil de gerir e começa a pôr em cheque o próprio Governo com estas decisões, porque o executivo diz uma coisa e este senhor faz outra. Se fosse ministro da Administração Interna este senhor já não viajava para lado nenhum, porque um bilhete de executiva é 100 por cento reembolsável e o dinheiro regressava aos cofres da PSP, onde faz muita falta», concluiu.

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