Já fez LIKE no TVI Notícias?

Bebé morre a caminho do hospital

Relacionados

Lara, de quatro meses, esteve internada cinco dias com uma bronquiolite, mas acabou por ter alta. Dois dias depois piorou. Linha de Saúde disse ao pai para transportar bebé no próprio carro para hospital das Caldas da Rainha. Criança sofreu paragem respiratória a meio do caminho e INEM não a conseguiu salvar Bebés morrem em ambulância

Lara tinha quatro meses e morreu esta quarta-feira quando os pais a transportavam para o hospital das Caldas da Rainha. A bebé esteve internada com uma bronquiolite, mas piorou dois dias depois de ter tido alta. Os pais acusam a Linha Saúde 24 e o INEM de falta de assistência que podia ter salvo a vida de Lara. INEM alega que pais não informaram onde estavam.

A nova ministra da Saúde, Ana Jorge, já comentou o caso e revelou aos jornalistas, em Torres Vedras, que a «questão será, em sede própria, discutida e esclarecida», escusando-se a fazer outros comentários.

PUB

O pai de Lara, Ricardo Alfaiate, conta ao Correio da Manhã que na quarta-feira, pelas 9h da manhã, telefonou para a Linha Saúde 24 e «disse a uma enfermeira que a menina não estava bem, que estava a ficar pálida e com os lábios roxos. Ela perguntou se eu tinha transporte próprio e mandou-me para o hospital das Caldas da Rainha, pois ia enviar um fax a avisar». A família não entende porque não foi enviada para o hospital de Peniche, onde residem, uma vez que as urgências estão em funcionamento.

Bebés morrem em ambulância

Morte de bebés põe em causa urgências

Ricardo Alfaiate e Cidália Almeida, mãe da bebé, seguiram para o hospital, mas a meio do caminho, no IP6, Lara deixou de respirar. O pai, bombeiro voluntário em Peniche, conseguiu reanimar a menina. «Vomitou papa, mas ficou a respirar», disse. Os pais de Lara só então terão ligado para o INEM a solicitar uma VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação).

PUB

«A primeira chamada durou quatro segundos. O operador voltou a ligar e tentou apurar o que se passava, porque do outro lado havia um grande descontrolo emocional», adiantou ao PortugalDiário fonte do INEM. Depois de ouvidas as chamadas a mesma fonte explicou que o pai ia a conduzir, a mãe aos gritos, ambos em pânico, e apenas indicavam que estavam no IP6. «O operador solicitou várias vezes que parassem o carro e indicassem o quilómetro em que estavam», esclarece o INEM, que adianta ainda que o operador ligou quatro vezes para os pais e «tudo fez para ajudar».

«Hospital foi alertado»

«Ao aperceber-se que os pais estavam a chegar «ao pé de casas» foi dado, imediatamente, o alerta para as urgências hospitalares», esclareceu o INEM que «lamenta» a tragédia, mas recusa qualquer «responsabilidade». A mesma fonte deixa um apelo: «Numa situação destas é muito difícil manter a calma, no entanto, a pessoa que efectua o pedido de socorro tem um papel fundamental, não só ao fornecer a localização, mas também ao efectuar acções que possam ajudar as vítimas».

PUB

O pai de Lara refuta este argumento do INEM e garante que indicou ao CODU, quando estava a oito minutos do hospital, que ia «num Golf preto, no IP6, junto à A8», admitindo, porém, que de facto «entraram em pânico». A família da bebé acredita que se a VMER tivesse ido ao seu encontro e se a enfermeira da Linha Saúde 24 o tivesse mandado para o hospital de Peniche, a sua filha ainda podia estar viva.

O PortugalDiário contactou o porta-voz da Linha Saúde 24 que indicou estar a avaliar a situação, no entanto, até ao momento não foram prestados esclarecimentos.

Os pais pretendem avançar para tribunal também contra o Hospital Distrital de Caldas da Rainha, que já adiantou que vai agora instaurar um processo de averiguação interno «para esclarecer dentro do possível toda a situação», adiantou o director clínico, Manuel Nobre, garantindo haver «condições» para a bebé ter tido alta.

PUB

Relacionados

Últimas