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Eduardo Lourenço recebe Prémio Pessoa

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Filósofo disse que tem «dificuldade extrema em estar à altura da circunstância»

O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço considerou esta segunda-feira que a atribuição do Prémio Pessoa é, para si, «mais do que uma honra, uma dificuldade extrema em estar à altura da circunstância».

«Se este prémio é um prémio particular, por muitos motivos, recebê-lo com essa assistência, da mão do nosso Presidente da República, é para mim mais do que uma honra, uma dificuldade extrema em estar à altura desta circunstância», disse Eduardo Lourenço, em Lisboa, segundo cita a Lusa.

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O filósofo e ensaísta falava após a atribuição do Prémio Pessoa 2011, que lhe foi entregue ao final da tarde desta segunda-feira, no auditório da Culturgest, em Lisboa, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e por Francisco Pinto Balsemão, presidente do semanário Expresso, promotor do galardão, em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos.

«Um prémio, diz-se que não se agradece, mas nada impede que não reconheçamos a generosidade daqueles que o quiseram atribuir», disse Eduardo Lourenço, mencionando diretamente Pinto Balsemão, a quem agradeceu «o perfil generoso, amigo, de algum modo familiar».

Eduardo Lourenço disse ainda recordar, «com uma certa distância e alguma saudade, as famosas noites em Seteais» ¿ onde o júri, que o filósofo já integrou, se reúne para atribuir o prémio ¿, e agradeceu também ao presidente da Caixa Geral de Depósitos, Fernando Faria de Oliveira, que há quatro anos se associou ao semanário Expresso, na atribuição do prémio.

Admitindo não saber «exatamente o que queriam de si, se glosasse o tema das mesas redondas realizadas à tarde ¿ "o Futuro de Portugal daqui a 25 anos"» -, Eduardo Lourenço disse ser «dotado de uma imaginação de grau zero».

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«Não tenho qualidades da Sibila e também não quero ser Cassandra, num momento como o nosso», sublinhou, acrescentando que ia assim ler um pequeno texto «que nada tem a ver com essa preocupação natural nossa, neste momento, e com as reflexões a que ele se presta».

O filósofo optou por aquilo que chamou «uma meditação pessoana», uma rápida evocação do patrono deste prémio.

Não deixou, porém, de lembrar a dívida que tem para os que estão na origem dessa «espécie de iluminação», que foi para si a «descoberta da galáxia [Fernando Pessoa]».

«Ainda não sabia que era uma galáxia, e uma galáxia de extensão infinita», disse, recordando um dos homens a quem Fernando Pessoa mais deve a glória, Adolfo Casaes Monteiro, «um grande crítico, grande poeta, um pouco esquecido», disse o filósofo, que recordou a sua antologia sobre Pessoa, na qual se encontrava já «o essencial do que Pessoa é e será para sempre».

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