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Face Oculta: Godinho teria acesso a informação privilegiada

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Confirmação foi dada em tribunal pelo ex-braço direito do sucateiro

O arguido no processo Face Oculta Namércio Cunha confirmou, esta quarta-feira, que o empresário das sucatas Manuel Godinho, principal arguido no processo, teria acesso a informação privilegiada nos negócios com empresas públicas, tal como refere a acusação.

Namércio Cunha, que começou o seu depoimento no tribunal de Aveiro na terça-feira ao final da tarde, tem estado a prestar esclarecimentos, complementando as informações que deu durante a fase de inquérito, sem acrescentar, contudo, factos novos à acusação.

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Na sessão de hoje, o ex-director comercial da O2, que pertence a Manuel Godinho, admitiu que o sucateiro de Ovar tinha acesso a informação privilegiada, que resultava no favorecimento das suas empresas.

O gestor referiu-se, por exemplo, às negociações entre a O2 e a REN sobre a fase 2 do desmantelamento da central de Alto Mira, afirmando que ficou com «a nítida sensação» que Manuel Godinho «estava a ter informação do interior» da empresa, desconhecendo, contudo, com quem ele terá falado.

Questionado pelo juiz presidente Raul Cordeiro, o arguido confirmou que, nessa altura, Paulo Penedos, filho do presidente da REN e co-arguido no processo, já prestava serviços para as empresas de Manuel Godinho.

Namércio Cunha adiantou ainda que Fernando Santos, ex-administrador da eléctrica e co-arguido no processo, lhe terá dado conta da existência de propostas «mais competitivas».

Uma referência feita depois do juiz presidente pedir explicação para o facto da O2 ter apresentado duas propostas, a última das quais com um valor três vezes superior à primeira proposta.

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O arguido indicou ainda um outro caso referente a um contrato com a EDP para a limpeza de um terreno na rua do Ouro, adiantando ter avançado com um valor de 300 mil euros para a previsão de custo para a obra.

No entanto, segundo Namércio, o sucateiro terá dado instruções para avançarem com uma proposta de 780 mil euros, alegando que «os trabalhos teriam de ser superiores».

«Sabia que ele estava a ter contactos directos com alguém da EDP. Hoje em dia tenho outra visão. Não tinha a percepção do que se estava a passar com as viaturas», afirmou o arguido, referindo-se à alegada oferta de uma viatura Mercedes Benz a Paiva Nunes, ex-administrador da EDP Imobiliária.

Ainda nas relações entre a O2 e a EDP, o arguido diz que se apercebeu que houve «manipulação de pesagens», dando como exemplo um caso de recolha de transformadores, mas acrescentou que a empresa acabou por rectificar a pesagem inicial.

O interrogatório a Namércio Cunha foi interrompido ao final da tarde e será retomado na quinta-feira de manhã.

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