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Face Oculta: 80 mil euros em prendas de Natal

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Ex-braço direito de Godinho admitiu ter sido ele a instituir o sistema das listas de presentes

As empresas do grupo de Manuel Godinho, principal arguido no processo Face Oculta, gastavam cerca de 80 mil euros por ano em presentes de Natal, um valor que diminuiu para metade em 2008.

A informação foi avançada esta quarta-feira pelo ex-director comercial da O2, Namércio Cunha, co-arguido no processo, durante a 18.ª sessão do julgamento que está a decorrer no tribunal de Aveiro.

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O antigo braço direito do empresário das sucatas admitiu ter sido ele a instituir o sistema das listas de presentes, para «sistematizar» um processo que era uma «prática habitual» das empresas do grupo de Manuel Godinho.

«Com isto poupava tempo e dinheiro. Em vez de visitar lojas comprava por catálogo», afirmou o arguido.

O gestor explicou ainda que a classificação que era atribuída a cada uma das pessoas que constavam nesta lista, que ia de «AAAA» a «F», «tinha a ver com o valor da prenda e o tipo de destinatário».

Quanto aos nomes que integravam a lista, Namércio Cunha referiu que eram fornecidos por Manuel Godinho e pelos filhos João Godinho e Paulo Godinho, por ele próprio e pelos encarregados das empresas que indicavam «pessoas que para eles eram importantes».

Questionado pelo juiz presidente Raul Cordeiro sobre se a importância destas pessoas tinha que ver com o processo negocial, o arguido esclareceu que «eram pessoas que faziam parte do processo de negociação ou pessoas no terreno com quem a parte operacional tratava».

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Ainda de acordo com Namércio Cunha, havia «uma categoria de pessoas que tem a ver com o aspecto formal, ou porque faziam parte da estrutura, ou por serem presidentes desses grupos».

Nas listas que foram apreendidas pela Polícia Judiciária nas instalações da O2 surgem os nomes de várias figuras do PS, como o ex-primeiro ministro José Sócrates, a ex-secretária de Estado das Obras Públicas Ana Paula Vitorino e os ex-ministros Armando Vara e Jorge Coelho, além de destacados sociais-democratas como o ex-presidente do PSD Marques Mendes e o ex-secretário de Estado do Desporto Hermínio Loureiro.

A lista inclui ainda nomes de pessoas ligadas a empresas públicas e privadas com quem as empresas de Manuel Godinho tinham relações comerciais, nomeadamente a Refer, REN, CP, EP, EMEF, Portucel, Petrogal, Estaleiros Navais de Viana do Castelo e Lisnave, além de outras ligadas a autarquias, às forças de segurança e aos serviços de finanças.

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