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Face Oculta: Namércio nega «negócio» com MP

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Defesa de José Penedos quis associar as revelações de Namércio Cunha à «forma diferente» como foi tratado em inquérito

A defesa de José Penedos, no processo Face Oculta, quis associar esta quarta-feira as revelações de Namércio Cunha à «forma diferente» como foi tratado em inquérito, mas o braço-direito de Manuel Godinho recusou a ideia de «negócio» com a acusação.

De acordo com a Lusa, questionado no tribunal de Aveiro por Rui Patrício, advogado do ex-presidente da REN, Namércio rejeitou que tenha decidido falar em detalhe sobre o caso a troco da revisão da sua situação processual.

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Conforme disse ao colectivo de juízes presidido por Raul Cordeiro, falou porque a dada altura se apercebeu que o processo Face Oculta não era o que a princípio supunha - uma questão meramente fiscal - e ainda devido ao arresto da sua habitação.

Falou também porque ouviu o procurador pedir ao juiz de instrução que decretasse a sua prisão preventiva, admitiu.

Na fixação das medidas de coação, Namércio acabou por ficar em liberdade a troco de uma fiança, que foi retirada depois de mais um dos cerca de dez interrogatórios a que foi sujeito.

Falando aos jornalistas, no final da sessão, o advogado de José Penedos insistiu naquela ideia: «O certo é que [as medidas de coação] foram retiradas depois de ter sido interrogado várias vezes e já depois do último interrogatório, no qual são feitas alguns revelações ditas bombásticas e que no julgamento não foram confirmadas».

Ainda assim, Rui Patrício considerou que a sessão de julgamento deixou «bastante enfraquecidas ou mesmo destruídas definitivamente» as «percepções» que Namércio Cunha foi evidenciando, face a José Penedos.

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Isto porque o antigo braço-direito de Manuel Godinho disse nesta audiência que o filho de José Penedos, Paulo, não teria a proclamada influência junto do pai para promover alegados favorecimentos da REN a empresas do sucateiro de Ovar, pelo menos nos termos colocados na acusação.

Paulo Penedos tinha um contrato de assessoria jurídica com as empresas de Godinho, na altura em que o pai dirigia a REN, supostamente para abrir portas aos negócios do sucateiro com a entidade gestora das redes energéticas nacionais.

Em resposta a perguntas que considerou «ingratas», Namércio Cunha assumiu na barra judicial que não dava credibilidade «a 100 por cento» aos impulsos que Paulo Penedos sugeria dar aos negócios REN/Godinho.

Muitas vezes, o que ouviu de Paulo Penedos deixou-o «na dúvida, embora expectante».

Outro tanto já não se passaria com Godinho, que lhe daria mais crédito, embora também se tivesse manifestado insatisfeito, porque os desenvolvimentos alegadamente prometidos pelo filho do presidente da REN não seriam concretizados.

O processo Face Oculta está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objectivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas, nos negócios com empresas do sector empresarial do Estado e privadas.

O julgamento prossegue terça-feira com o fecho do depoimento de Namércio Cunha e a audição do investigador do processo Carlos Maciel.

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