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Cancro: medicamentos específicos para crianças

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Consórcio europeu inicia ensaios clínicos em Novembro. 350 novos casos por ano em Portugal

Um consórcio europeu (O3K) vai desenvolver medicamentos anticancerígenos bocais adaptados para crianças, segundo um anúncio feito em Paris a propósito do Dia Mundial da Criança com Cancro, que se assinala domingo, refere a Lusa.

O projecto está a ser coordenado pelo Instituto Francês Gustave Roussy, cujo departamento pediátrico trata 450 crianças por ano.

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«O objectivo do projecto O3K (Oral Off-patent Oncology drugs for Kids) é desenvolver novos medicamentos especificamente adaptáveis para as crianças», segundo aquele instituto, um dos maiores centros europeus de luta contra o cancro.

Estes novos medicamentos serão preparados a partir de outros já utilizados em cápsulas ou comprimidos para adultos, inadaptados para crianças.

O consórcio é formado por instituições privadas, universidades, hospitais públicos e por uma associação de pais de jovens que sofrem de cancro ou leucemia.

Os ensaios clínicos deverão arrancar no fim de Novembro deste ano, sendo o projecto financiado pela Comissão Europeia.

A regulamentação europeia para os medicamentos pediátricos obriga os industriais a prolongar a data de validade dos mesmos, em vez de desenvolvimentos de genéricos.

Segundo a Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, todos os anos surgem cerca de 350 novos casos de crianças com cancro em Portugal, onde esta doença é a segunda causa de morte infantil, a seguir aos acidentes.

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O Dia Internacional da Criança com Cancro assinala-se domingo pela sexta vez com o objectivo de ajudar todas as crianças, independentemente do país, a obter melhores cuidados e tratamentos desta doença, que todos os anos atinge cerca de 250 mil crianças, no mundo.

A taxa de sobrevivência das crianças com cancro tem vindo a aumentar, estimando-se que chegue aos 85 por cento em 2010, segundo um estudo do IPO do Porto.

A sobrevivência ao cancro pediátrico tem vindo a «melhorar» em Portugal à semelhança do que se passa na Europa, disse a directora do Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Lucília Norton.

«Temos assistido a melhorias substanciais de taxas de cura» para as quais tem contribuído o diagnóstico, que é feito cada vez mais cedo, afirmou a coordenadora nacional da associação Acreditar, Margarida Cruz.

O estudo mais recente do IPO/Porto sobre o cancro pediátrico, que faz o retrato da doença na região Norte, distribui os diversos tipos de tumores pediátricos por quatro grupos etários - menos de um ano, um a quatro, cinco a nove e 10 a 14 anos.

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No primeiro ano de vida, existe um predomínio de tumores embrionários e verifica-se um pico de incidência de leucemias nas crianças com idades entre um e quatro anos, sendo neste grupo predominantes, para além destas, os tumores do Sistema Nervoso Central (SNC) e os linfomas, adiantou Lucília Norton.

Globalmente, as três neoplasias mais frequentes em menores de quinze anos são as leucemias, tumores do SNC e linfomas.

A taxa de sobrevivência global aos cinco anos para a totalidade dos cancros pediátricos ronda os 78 por cento.

As neoplasias com melhores taxas de sobrevivência global são os linfomas (96 por cento) e as leucemias (78 por cento).

Nos tumores do SNC a taxa de sobrevivência é de 69 por cento e no neuroblastoma, o tumor sólido mais frequente na criança logo após os tumores do SNC, é de 73 por cento.

O estudo salienta que «é completamente diferente o prognóstico, conforme a doença ocorre antes ou depois do primeiro ano de vida, sendo a sobrevivência global nos lactentes próxima dos 100 por cento».

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