O fundador e diretor executivo da maior e mais divulgada rede social na internet, o Facebook, assumiu esta terça-feira, perante o Senado, não ter feito o suficiente para impedir maus usos da ferramenta.
Está claro agora que não fizemos o suficiente para impedir que as ferramentas fossem usadas também para o mal. Isso vale para as notícias falsas, interferências estrangeiras em eleições e ódio. Não tivemos uma visão ampla o suficiente de nossa responsabilidade e isso foi um grande erro. Foi um erro meu e peço desculpa. Eu comecei com o Facebook, dirijo-o e sou responsável", afirmou Zuckerberg na sua declaração incial.
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A audição de Zuckerberg no congresso norte-americano deve-se ao escândalo Facebook/Cambridge Analytica, que permitiu á empresa de consultadoria britânica obter acesso a dados de milhões de utilizadores do Facebook, que poderão ter sido utilizados para interferir nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.
Além do depoimento inicial, Zuckerberg respondeu a questões de mais de 40 senadores, incluindo se sabia do envolvimento de funcionários do Facebook no acesso aos dados usados pela Cambridge Analytica.
"Não vendemos dados a anunciantes"Não ouvi nada sobre isso. Não sei nada sobre isso”, afirmou Zuckerberg.
Sobre o acesso de dados, Zuckerberg garantiu que o Facebook "não vende dados a anunciantes".
Há um equívoco muito comum sobre o Facebook, de que vendemos dados aos anunciantes. Não vendemos", disse Zuckerberg, contestando ainda a insistência de um senador de que os dados seriam então "alugados".
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RegulamentaçãoNós permitimos que os anunciantes nos digam quem querem alcançar e depois fazemos o posicionamento. O Facebook mostra os anúncios para as pessoas certas sem que os dados mudem de mãos e vão para os anunciantes", disse Zuckerberg, assumindo ser essa "uma parte muito fundamental de como o modelo de negócio funciona".
Noutro passo da audição, Mark Zuckerberg admitiu poder ver a sua atividade no Facebook ser regulada, de uma forma próxima ao que irá acontecer na União Europeia, a partir de 25 de maio, com a aplicação de multas a empresas que utilizem de forma indevida dados pessoais.
A minha posição não é a de que não deveria haver regulamentação. Acho que a verdadeira questão, quando a internet se torna cada vez mais importante na vida das pessoas, é qual é a regulação correta", expôs Zuckerberg.
Questionado sobre se a regulamentação agrada à empresa Facebook, Zuckerberg manteve a mesma postura:
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- Se for o regulamento certo, então sim", disse o diretor do Facebook.
- Acha que os europeus estão no caminho certo?", inquiriu um senador.
- Acho que eles conseguem... coisas certas", resposta de Zuckerberg.
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