A central sindical CGTP-IN solidarizou-se esta quinta-feira com os portugueses «vítimas de ataques xenófobos» na refinaria de Lindsey, norte de Inglaterra, e alertou que a situação pode repetir-se em qualquer outro país se não se combaterem as desigualdades sociais.
«A manter-se o quadro negativo para os trabalhadores, é provável que amanhã o mesmo aconteça aqui com os imigrantes de Leste ou os africanos ou noutro país qualquer», disse à Lusa Carlos Trindade, da CGTP-IN.
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«O que está em causa é a igualdade social. Se os trabalhadores portugueses fossem para lá trabalhar nas mesmas condições que os britânicos, esta questão não se punha. Temos é que lutar contra as desigualdades», disse o sindicalista, acrescentando que «não pode haver discriminação de nenhuma natureza, principalmente social».
Exclusão social é preocupante
Afirmando que na base de todo o problema está o facto de os portugueses terem sido contratados para trabalharem mais horas por salários inferiores, Carlos Trindade classificou os protestos em Lindsey como «a ponta do iceberg».
«É a criação da exclusão social, o aumento ideológico da extrema-direita e é preocupante porque é a própria sociedade democrática que fica posta em causa», afirmou.
Trabalhadores portugueses e italianos contratados pela refinaria Total têm sido alvo de protestos por parte de britânicos contra a contratação de estrangeiros, quando os nacionais não têm emprego.
Os últimos 12 portugueses que estavam a trabalhar na refinaria, na maioria como soldadores e serralheiros, regressaram quarta-feira a Portugal, mas pretendem voltar ao trabalho assim que acabarem as manifestações contra a contratação de estrangeiros.
Além de se solidarizar com «todos os trabalhadores vítimas dos ataques xenófobos», a CGTP-IN reivindica em comunicado que «os governos e as entidades públicas em cada país da UE apliquem, com firmeza, o princípio de igualdade de tratamento», rematam.
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