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«Espionagem política» não foi gafe, garante ministro

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Ministro dá explicações e diz que usou expressão porque se tratou de uma «lamentável violação do segredo de justiça»

O ministro da Economia explicou esta quarta-feira que usou a expressão «espionagem política» para caracterizar as escutas às conversas de José Sócrates e Armando Vara, porque se tratou de uma «lamentável violação do segredo de justiça». O ministro disse ainda que as suas afirmações não foram nenhuma «gafe ou deslize».

«Ministro tenta atirar areia para os olhos»

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Vieira da Silva falava na Assembleia da República, na Comissão de Assuntos Constitucionais, para a qual foi chamado e depor na sequência de um requerimento do PSD, que foi aprovado por todos os partidos da oposição com a abstenção do PS.

«As afirmações que deram origem a várias reacções e a esta reunião fi-las com plena consciência do que estava a afirmar. Não foi uma gafe, não foi um deslize, mas uma afirmação que fiz conscientemente», declarou o ministro da Economia, respondendo a uma questão formulada pelo deputado social-democrata Miguel Macedo.

A «espionagem política» de Vieira da Silva

O ex-secretário de Estado social-democrata tinha questionado o ministro socialista sobre que factos dispõe para sustentar a existência de espionagem política a propósito das escutas das conversas telefónicas entre Sócrates e Armando Vara, considerando que este tipo de afirmação «é da maior gravidade» por levantar a suspeita sobre uma actuação «inconstitucional» dos órgãos de investigação criminal e da magistratura judicial.

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Ministro não perde direito à «liberdade de expressão»

Vieira da Silva disse estar consciente das responsabilidades que tem enquanto membro do Governo e de dirigente partidário, mas frisou que essas afirmações sobre «espionagem política» se inserem no seu direito enquanto cidadão de «liberdade de expressão».

O ministro da Economia queixou-se de as suas declarações terem sido «truncadas», contrapondo que essas afirmações foram proferidas quando o jornal «Sol», pela segunda vez, fez alusão a escutas em que um dos intervenientes é o primeiro-ministro, «mas dessa vez com algum detalhe sobre o conteúdo das escutas».

«Ferreira Leite conhecia escutas», suspeita PS

«Manifestei a minha preocupação extrema sobre uma sequência de acontecimentos. Disse que existiram escutas, em que intervém José Sócrates, expressando dúvidas sobre a correcção procedimental dessas escutas. Nunca deixei de acrescentar dois outros aspectos: houve uma utilização dessas escutas para publicitação de notícias, não apenas sobre a sua existência, mas também sobre o seu conteúdo, numa das mais lamentáveis fugas ao segredo de justiça que conheço em Portugal nos últimos anos», sustentou.

Vieira da Silva insurgiu-se ainda contra o «aproveitamento político das notícias».

«Esse aproveitamento político tinha sido feito na véspera da minha entrevista pela presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite. A minha intervenção foi sobre uma sequência de factos, numa clara violação do Estado de Direito», justificou.

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